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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Misticismo é amizade

“O místico, isto é, o contemplativo, não apenas vê e toca o que é real, mas além da superfície de tudo o que existe, ele chega à comunhão com a Liberdade, que é a fonte de toda realidade. Esta Realidade, esta Liberdade, não é um conceito, não é uma coisa, não é um objeto, nem mesmo um objeto de conhecimento: é o Deus Vivo, o Santo, Aquele ao qual ousamos atribuir um Nome unicamente por que Ele nos revelou um Nome; mas Ele está acima de todo Nome.” Thomas Merton

SERÁ QUE...

Será que, em nome de Deus, pode haver alguns preferidos e outros preteridos ? "Entre vós, não deve ser assim..."

Ataques a Francisco e a sua fé e coragem

Ataques a Francisco e a sua fé e coragem Anselmo Borges  (25-02-2017) 1- Causa admiração o à-vontade com que Francisco está e fala. Ainda há dias foi a uma paróquia de Roma e deixou que crianças fizessem selfies com ele e lhe colocassem perguntas, do género: "Paga-se para ser Papa?" Resposta: "Os cardeais juntam-se, falam uns com os outros, pensam... falam entre si sobre as necessidades da Igreja... Todos votam e o que tiver dois terços dos votos é eleito Papa", acrescentando que "é um processo com muita oração" e que os "candidatos" ao lugar "não têm de pagar, não há amigos que empurram, não, não...". "No meu caso, quem pensais que era o mais inteligente do Conclave?", perguntou, divertido. "Você", responderam os miúdos. E ele: "Nem sempre os cardeais elegem o mais inteligente. Talvez o eleito não seja o mais inteligente nem o mais astuto ou o mais disposto a fazer o que é preciso. Mas é o que Deus quer p

Sem a educação

“Sem a educação, o povo não sabe exercer ou delegar o poder que dele emana, não alcança a cidadania, não contribui decisivamente para aumentar a sua própria receita nem a do País, não se capacita sequer a cuidar de sua saúde e não sabe educar seus filhos. [...]Jesus Cristo [...] rejeitou todos os títulos. Chamaram-no "O Rei", e ele disse: "O meu reino não é deste mundo." Uma vez chamaram-no de "bom", e ele disse: "Quem é bom, senão o Pai, que está no céu?" Mas um dia um discípulo gritou raboni; e ele disse: "Você me chamou de mestre, e eu sou." Sen. Joao Calmon

PROCLAMAR A PALAVRA

"'Que é o homem?' Pergunte ao profeta Isaías, e ele responde: o homem é como a 'erva'. Pergunte a Davi, e ele responde: o homem é 'uma mentira', não apenas um mentiroso, ou um enganador, mas 'uma mentira' e um engano. Todas as respostas que o Espírito Santo dá a respeito do homem, são para tornar o homem humilde" (Joseph Caryl, puritano do século XVI)

Minha vida é um ouvir

“Minha vida é um ouvir. A Dele é um falar. Minha salvação está em ouvir e responder. Para isso, deve minha vida ser silenciosa. Daí ser meu silêncio minha salvação. O sacrifício que agrada a Deus é a oferenda de minha alma – e das almas de outros. A alma está em atitude de oferta quando se mantém inteiramente atenta a ele. Meu silêncio, que me separa de tudo mais é, pois o sacrifício de todas as coisas e a oferenda de minha alma a Deus. É, portanto, o sacrifício mais agradável que lhe posso oferecer. Se conseguir ensinar a outros a viver nesse silêncio, estou oferecendo-lhe um sacrifício sumamente agradável. O conhecimento de Deus é melhor que holocaustos (Os 6,6).”Thomas Merton

OH SUBLIME CIÊNCIA DAS ALTURAS!

. É aqui que cai, como uma lâmina, a força do Evangelho que sai dos lábios de Jesus: «Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei!» (João 13,34). Aqui, a medida não sou eu. Aqui, a medida é Jesus, o das alturas, o do alto das montanhas. Aqui, a medida é sem medida! Aqui, o amor não é interesseiro. Aqui, o amor é puro, radical, incondicional, assimétrico, sem retorno. Aqui, o amor é até ao fim! Oh sublime ciência das alturas(Dom Antonio Couto)

ANSIEDADE

Ansiedade “ Em nossa época, tudo tem de ser “problema”. Nosso tempo é de ansiedade, porque assim o quisemos. Nossa ansiedade não nos é imposta, à força, do exterior. Nós a impomos ao mundo em que vivemos e a impomos uns aos outros. A santidade, numa tal época, significa, sem dúvida, transportar-se da região da ansiedade à região em que não existe ansiedade. Ou talvez signifique aprender de Deus a não ter ansiedade em meio à ansiedade. No fundo, como realça Max Picard, provavelmente resume-se nisso: viver num silêncio que reconcilie as contradições dentro de nós a tal ponto que, embora em nós permaneçam, deixam de constituir um problema ( World of Silence , p. 66-67). Sempre existiram contradições na alma do homem. Entretanto, estas só se tornam um constante e insolúvel problema quando preferimos, ao silêncio, a análise. Não nos cabe resolver todas as contradições, e sim viver com elas e nos elevarmos acima delas, e considerá-las à luz de valores externos e objetivos que, por

A dor é cristã, mas o ressentimento não- Papa Francisco

A dor é cristã, mas o ressentimento não.   No centro da homilia de Francisco esteve a primeira Leitura, extraída do Livro do Génesis, que fala de Caim e Abel.   Pela primeira vez na Bíblia “se diz a palavra irmão”. É a história de uma “fraternidade que devia crescer, ser bela e acaba destruída”. Uma história – disse o Papa – que começa “com um pouco de ciúme”: Caim fica irritado porque o seu sacrifício não é apreciado por Deus e começa a cultivar aquele sentimento dentro de si. Poderia controlá-lo, mas não o faz:   “E Caim preferiu o instinto, preferiu cozinhar dentro de si este sentimento, aumentá-lo, deixá-lo crescer. Este pecado que cometerá depois, que está oculto atrás do sentimento. E cresce. Cresce. Assim crescem as inimizades entre nós: começam com um pequena coisa, um ciúme, uma inveja e depois cresce e nós vemos a vida somente daquele ponto e aquele cisco se torna para nós uma trave, mas a trave nós que temos, está lá. E a nossa vida gira em volta daquilo e destrói o e

Não há como aproximar-se de Jesus sem sentir-se atraído e fascinado por sua pessoa, pelo carinho, delicadeza e ternura com que trata os outros, independente de seu gênero, etnia ou religião

Para o teólogo mineiro Faustino Teixeira, o livro Jesus. Aproximação histórica (Petrópolis: Vozes, 2010), de José Antonio Pagola  tem uma tripla destinação: é dirigido “aos cristãos e cristãs que perderam o contato com a mensagem viva de Jesus, aos que muito ignoram a seu respeito e aos que se decepcionaram com o cristianismo real e buscam outros caminhos de afirmação de sentido”. Parte da entrevista que segue, concedida à IHU On-Line por e-mail IHU On-Line - Jesus aparece na obra de Pagola como o “poeta da compaixão”, o “curador da vida” e o “defensor dos últimos”. É possível verificar aí o segredo de seu fascínio? Faustino Teixeira - Não há dúvida alguma sobre isso. O autor consegue apresentar com imensa felicidade essa faceta extraordinária de Jesus como um buscador singular de Deus, mas de um Deus que tem entranhas de compaixão e misericórdia. Isso me faz lembrar uma reflexão de Roger Haight, em seu livro Jesus símbolo de Deus (1999). Dizia ali que Jesus era teocêntrico, mas

Não à guerra entre nós

Não à guerra entre nós O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta Os judeus falavam com orgulho da Lei de Moisés. Segundo a tradição, foi Deus que a ofereceu a seu povo. É o melhor que receberam Dele. Nessa Lei, acha-se a vontade do único Deus verdadeiro. Aí podem encontrar tudo o que necessitam para serem fiéis a Deus. Para Jesus, também a Lei é importante, mas já não ocupa o lugar central. Ele vive e comunica outra experiência: está a chegar o reino de Deus; o Pai procura abrir um caminho entre nós para fazer um mundo mais humano. Não basta nos contentarmos em cumprir a Lei de Moisés. É necessário abrir-nos ao Pai e colaborar com Ele para fazer a vida mais justa e fraterna. Por isso, segundo Jesus, não basta cumprir a Lei, que ordena «não matarás». É necessário, também, arrancar da nossa vida a agressividade, o desprezo pelo outro, os insultos ou as vinganças. Aquele que não mata cumpre a Lei, mas, se não se liberta da violência, no seu coração não reina ainda esse Deu

3 chaves essenciais para a educação explicadas pelo Papa Francisco

1. Humanizar a educação  O Santo Padre explicou que, “frente ao individualismo invasivo que rende humanamente pobres e culturalmente improdutivos, é necessário humanizar a educação”.  2. Cultura do diálogo  “Nosso mundo se converteu em uma aldeia global com múltiplos processos de interação, onde cada pessoa pertence à humanidade e compartilha a esperança de um futuro melhor com a família inteira dos povos”, afirmou Francisco. Ao mesmo tempo, o Pontífice lamentou que “há muitas formas de violência, pobreza, exploração, discriminação, posturas que limitam as liberdades fundamentais que criam uma cultura do descarte”. 3. Semear esperança  “O homem não pode viver sem esperança”, assegurou o Bispo de Roma. “A educação é geradora de esperança. De fato, a educação é um dar à luz, é um fazer crescer,  situa-se na dinâmica do dar a vida. E, a vida que nasce é a fonte mais fecunda da qual brota a esperança, uma vida sempre em busca da beleza, da bondade, da verdade e da comunhão c

SOBRIEDADE NA OBSCURIDADE

"O verdadeiro contemplativo é um amante da sobriedade e da obscuridade. Prefere tudo o que é calmo, humilde e despretensioso. Não precisa de excitações espirituais. Estas facilmente o desgastam. Sua inclinação é para aquilo que parece ser nada, que lhe diz pouco ou nada, aquilo que nada lhe promete. Somente quem seja capaz de permanecer em paz no vazio, sem projetos ou vaidades, sem discursos para justificar sua própria inutilidade aparente, pode estar salvo do apelo fatal dos impulsos espirituais que o convidem a autoafirmar-se e a “ser alguma coisa” aos olhos dos outros. [...] Ele está, de fato, liberto das aparências e se importa muito pouco com estas. Ao mesmo tempo que, já que não tem nem a inclinação nem a necessidade de ser um rebelde, não precisa alardear seu desprezo pelas aparências. Simplesmente não lhes dá atenção."T.Merton

Equilíbrio, ordem, ritmo e harmonia

“Não podemos ser felizes se pretendemos viver sempre no mais alto grau de intensidade. A felicidade não é questão de intensidade, mas de equilíbrio, de ordem, de ritmo e harmonia. A música é boa não só pelos sons, mas também pelo silêncio que contém: sem a alternância de som e silêncio, não haveria ritmo. Se queremos ser felizes enchendo de ruído todos os silêncios da vida, ser produtivos convertendo todos os lazeres em trabalho e ser reais reduzindo todo nosso ser ao agir, não conseguiremos senão produzir um inferno na terra.”T.Merton

SER LEVADO PELA PALAVRA

Veja que interessante: SER LEVADO PELA PALAVRA. Nós não a levamos. Ela nos leva. Ela nos protege. Poderosa é a Palavra de Deus. Encomendo você a Deus e a palavra da graça... Há uma expressão do discurso de Paulo aos anciãos de Éfeso que representa uma orientação de vida fundamental para nós. Paulo, saudando estes seus colaboradores no ministério, diz: “Entrego-vos a Deus e à Palavra da sua graça” (παρατίθεμαι ὑμᾶς τῷ θεῷ καὶ τῷ λόγῳ τῆς χάριτος αὐτοῦ: At 20,32). No seu testamento apostólico, Paulo não confia a Palavra aos ministros, mas confia os ministros à Palavra! Os destinatários do testamento do Apóstolo têm a missão de pregar, de difundir, de manter viva a Palavra em meio ao rebanho, de confiá-la à Igreja, mas – coisa surpreendente – aqui Paulo confia os ministros à Palavra. Antes que a Palavra lhes seja confiada, são eles mesmos confiados à Palavra; antes de serem portadores, de levarem a Palavra, eles mesmos são levados pela Palavra de Deus! Sim, a Palavra é potente e efic

THOMAS MERTON

Honrar com lábios e coração “Somos muito parecidos com Pilatos. Vivemos sempre a perguntar ‘Que é a verdade?’, e, depois, crucificamos a Verdade que está em pé diante de nós .

REFLEXÃO PATRÍSTICA – “VÓS SOIS A LUZ DO MUNDO” (São Cromácio da Aquileia, +407)

REFLEXÃO PATRÍSTICA – “VÓS SOIS A LUZ DO MUNDO” (São Cromácio da Aquileia, +407) “Vós sois a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lâmpada e a coloca debaixo de uma vasilha, mas sim em um candeeiro, onde ela brilha para todos os que estão em casa’ [Mateus 5,14-15]. O Senhor chamou seus discípulos de ‘sal da terra’ porque eles deviam dar um novo sabor, por meio da sabedoria celeste, aos corações dos homens que o demônio tornara insensatos. E também os chamou de ‘luz do mundo’ porque, iluminados por Ele, verdadeira e eterna Luz, tornaram-se também eles luz que brilha nas trevas. O Senhor é o Sol da Justiça; e, por conseguinte, chama com toda razão seus discípulos de ‘luz do mundo’; pois é por meio deles que irradia sobre o mundo inteiro a luz do Seu próprio conhecimento. Com efeito, eles afugentaram dos corações dos homens as trevas do erro, manifestando a luz da Verdade. Iluminados por eles, também nós passamos das trevas pa