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Mal acordamos de manhã e já nos vemos assaltados por deveres e preocupações do dia (quando já não afugentaram antes o sossego da noite). Surge, então, a pergunta inquietante: Como abarcar tudo isso num único dia? Quando farei isto ou aquilo? Como dar início a esse ou aquele empreendimento? Gostaríamos de sair correndo. Nesse momento devemos tomar as rédeas nas mãos para dizer: calma! Nada disso me deve atingir agora. Minha primeira hora da manhã é do Senhor. Enfrentarei as tarefas do dia de que Ele me encarregar, e Ele me dará a força para realizá-las. Assim irei ao altar de Deus. Aqui não se trata de mim e de minhas preocupações minúsculas e, sim, do grande sacrifício de reconciliação. Posso participar dele, purificar-me e deixar-me invadir pela alegria para colocar-me também no altar na hora do ofertório, com todos os meus atos e sofrimentos. E quando o Senhor vem a mim, na hora da comunhão, posso perguntar-lhe: ‘O que deseja de mim, Senhor?’ (Santa Teresa). E aquilo que em diálogo silencioso se me apresentar como a próxima tarefa, aquilo começarei a fazer. Iniciando depois da celebração matutina o meu dia de trabalho, reinará em mim uma quietude solene, e minha alma estará vazia de tudo o que me pretendia assaltar e sobrecarregar, mas estará cheia de uma santa alegria, de coragem e de vigor. Ela ficou grande e larga porque saiu de si entrando na vida divina. O amor queima nela qual chama quieta acesa pelo Senhor, e ela se sente impelida a praticar o amor e a acendê-lo nos outros: flammescat igne caritas, accendat ardor proximos’”.
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Edith Stein. A Mulher. Ed. EDUSC, 1° Ed., p. 152-153.

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