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O homem da última hora

São Cirilo de Jerusalém (313-350)
bispo de Jerusalém, doutor da Igreja
Catequese Batismal 13

O homem da última hora
Um dos ladrões que tinham sido crucificados com Jesus exclamou: «Senhor, lembra-Te de mim! Agora, é para Ti que me volto. [...] Não Te declaro as minhas obras, porque me fazem tremer. Todos os homens têm boas disposições relativamente aos companheiros de jornada, e eis que eu sou teu companheiro na jornada para a morte. Lembra-Te de mim, teu companheiro de jornada, não agora, mas quando chegares ao teu Reino» (cf Lc 23,42).
Que poder foi esse que te iluminou, bom ladrão? Quem te ensinou a adorar assim Aquele que fora desprezado e crucificado contigo? Ó luz eterna, que iluminas os que se encontram nas trevas (cf Lc 1,79)! «Tem coragem! Em verdade te digo, hoje mesmo estarás comigo no Paraíso, porque hoje ouviste a minha voz e não endureceste o coração» (cf Sl 94,8). Por ter desobedecido, Adão foi expulso do Paraíso. [...] Mas tu, que hoje obedeceste à fé, serás salvo. Para Adão, a árvore foi ocasião de queda; a ti, a árvore far-te-á entrar no Paraíso.
Ó graça imensa e inexprimível! Abraão, o fiel por excelência, ainda não tinha entrado, e o ladrão entra. Maravilhado, Paulo observa: «Onde abundou o pecado, superabundou a graça» (Rom 5,20). Aqueles que tinham trabalhado todo o dia ainda não tinham entrado no Reino, e este, o homem da última hora, entra sem tardar. Que ninguém murmure contra o senhor: «Em nada te prejudico, meu amigo. [...] Ou não me será permitido dispor dos meus bens como entender?» O ladrão quis ser justo [...], basta-me a sua fé. [...] Eu, o pastor, encontrei a ovelha perdida e pu-la aos ombros (cf Lc 15,5), porque ela me disse: «Errei, mas lembra-te de mim, Senhor, quando chegares ao teu Reino».

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