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O DESERTO

 O deserto de que se fala tem vários significados. Pode indicar a situação de abandono e de solidão, o “lugar” da debilidade do homem, onde não existem ajudas nem seguranças, onde a tentação se faz mais forte. Mas ele pode indicar também um lugar de refúgio e de amparo, como foi para o povo de Israel que se livrou da escravidão egípcia, onde se pode experimentar de modo particular a Presença de Deus. Jesus, “permaneceu quarenta dias no deserto, onde foi tentado pelo demônio” (Mc 1, 13). São Leão Magno comenta que “o Senhor quis padecer o ataque do tentador para nos defender com a sua ajuda e para nos instruir com o seu exemplo”. Que nos pode ensinar este episódio? Como lemos no Livro da Imitação de Cristo, “o homem nunca está totalmente isento da tentação, enquanto viver... mas é com a paciência e com a verdadeira humildade que nos tornaremos mais fortes do que todos os inimigos”; a paciência e a humildade de seguir o Senhor todos os dias, aprendendo a construir a nossa vida sem O excluir, ou como se Ele não existisse, mas nele e com Ele, porque é a fonte da vida verdadeira. A tentação de eliminar Deus, de pôr ordem sozinho em si mesmo e no mundo, contando unicamente com as próprias capacidades, está sempre presente na história do homem. Jesus proclama que “se completou o tempo e o Reino de Deus está próximo” (Mc 1, 15), anuncia que nele acontece algo de novo: Deus se dirige ao homem de modo inesperado, com uma proximidade singular, concreta, cheia de amor; Deus encarna-se e entra no mundo do homem para assumir sobre si o pecado, para vencer o mal e restituir o homem ao mundo de Deus. Mas este anúncio é acompanhado pelo pedido de corresponder a um dom muito grande. Com efeito, Jesus acrescenta: “Arrependei-vos e acreditai no Evangelho” (Mc 1, 15); é o convite a ter fé em Deus e a converter todos os dias a nossa vida à sua Vontade, orientando para o bem todas as nossas obras e pensamentos. O tempo da Quaresma é o momento propício para renovar e tornar mais sólida a nossa relação com Deus, através da oração quotidiana, dos gestos de penitência e das obras de caridade fraterna.(Bento XVI, 1927-, Alemanha).

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