Os sonhos vencem as dores
Há quem acordado pressinta o nascer do sol quando ainda todos os outros dormem. Há quem durma apenas para que o seu corpo e espírito possam descansar da guerra que é a sua vida. A alma liberta-se das prisões a que, tantas vezes, as injustiças a condenam.
O mundo é duro. Muitos são os que desistem e nos deixam sós a querer o alto da existência, eles preferem contentar-se com o momento… nós queremos a vida. Afinal, quem se satisfaz com o mínimo, não merece mais.
Os sonhos são pedaços de eternidade. Viagens por entre os futuros possíveis. Amanhãs pelos quais a vontade anseia. O pior dos sonhos é que todos os temos… a diferença entre a alegria e a tristeza não está no facto de se ter ou não sonhado… mas no que se fez de concreto para mudar a vida para melhor.
Decisões difíceis e arriscadas. Esperar apesar dos desesperos, manter a fé contra as evidências, lutar mesmo quando vencer parece impossível.
Como se vence o sofrimento? Com obras que nos elevam.
Os sonhos indicam-nos o destino, mas são as nossas mãos que devem construir os caminhos que nos levarão ao céu, esse mesmo, que alguns nem sonham que existe mesmo. E a felicidade é a viagem, não o destino…
É dos solos mais podres, onde vida e morte se misturam, que nascem as flores mais belas.
São os sonhos que vencem as dores… pela força que dão aos sonhadores.
Não basta acordar e sair do sono, importa despertar… ter consciência do que se é e do que se quer ser, a fim de nos aperfeiçoarmos com ações concretas, renunciar ao pior e agarrar o melhor, com decisões que chocam com o nosso orgulho.
O amor não se deixa sonhar, é uma força em marcha… um sonho de alguém – que é sempre um outro – e um sonho é sempre uma verdade que só se compreende no dia em que se realiza. Agostinho Faria