Pular para o conteúdo principal

Deus habitando em nós - Viver Deus desde dentro


Deus habitando em nós (João 14,24). Deus connosco (Apocalipse 21). Cidade nova, Consolação nova, Bênção nova, Paz nova, não com a medida do mundo, mas de Deus (João 14,27; Salmo 67).

O medo não habita a nossa casa
O medo transforma a nossa casa em fortaleza
Tranca portas e janelas
Esconde-se debaixo da mesa.
Mas vem Jesus e senta-nos à mesa
Começa a contar histórias e estrelas
Leva-nos até ao colo de Abraão, até à Criação,
Sopra sobre nós um vento novo,
Rasga uma estrada direitinha ao coração:
Chama-se Perdão, Espírito, Amor, Nova Criação.
Varrido para o canto da casa pelo vento,
Rapidamente todo o medo arde.
Ardem também bolsas, portas e paredes,
E surge um lume novo a arder dentro de nós
Mas esse não nos queima nem o podemos apagar.
Estamos lá tantos à roda desse vento, desse fogo,
Com esse vento, com esse fogo dentro,
Portugueses, russos, gregos e chineses,
Começamos a falar e tão bem nos entendemos,
Que custa a crer que tenhamos passaportes diferentes.
E afinal não temos.
Vendo melhor, maternais mãos invisíveis nos embalam,
Nos sustentam.
Sentimos que estamos a nascer de novo,
Percebemos que somos irmãos,
Filhos renascidos deste vento, deste lume.
E não é verdade que falamos, Dom Antonio Couto

Viver Deus desde dentro

Imagem relacionada


A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo João capítulo 20, 19-23 que corresponde ao  Domingo da Pentecostes, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
 Há alguns anos, o grande teólogo alemão Karl Rahner atrevia-se a afirmar que o principal e mais urgente problema da Igreja do nosso tempo era a sua «mediocridade espiritual». Estas eram as suas palavras: o verdadeiro problema da Igreja é «continuar com uma resignação e um tédio cada vez maior pelos caminhos habituais de uma mediocridade espiritual».
 O problema tem-se agravado nestas últimas décadas. De pouco serviram as tentativas de reforçar as instituições, salvaguardar a liturgia ou vigiar a ortodoxia. No coração de muitos cristãos, está-se a apagar a experiência interior de Deus.
 A sociedade moderna apostou no «exterior». Tudo nos convida a viver desde fora. Tudo nos pressiona para nos movermos depressa, sem pararmos em nada nem em ninguém. A paz já não encontra resquícios para penetrar até ao nosso coração. Vivemos quase sempre na crosta exterior da vida. Estamos a esquecer o que é saborear a vida a partir de dentro. Para ser humana, à nossa vida falta-lhe hoje uma dimensão essencial: a interioridade.
 É triste observar que tampouco nas comunidades cristãs sabemos cuidar e promover a vida interior. Muitos não sabem o que é o silêncio do coração, não se ensina a viver a fé desde dentro. Privados de experiência interior, sobrevivemos esquecendo a nossa alma: escutando palavras com os ouvidos e pronunciando orações com os lábios enquanto o nosso coração está ausente.
 Na Igreja, fala-se muito de Deus, mas, onde e quando escutamos, os crentes, a presença silenciosa de Deus no mais fundo do coração? Onde e quando acolhemos o Espírito do Ressuscitado no nosso interior? Quando vivemos em comunhão com o Mistério de Deus desde dentro?
 Acolher a Deus no nosso interior quer dizer pelo menos duas coisas. A primeira: não colocar Deus sempre longe e fora de nós, quer dizer, aprender a escutá-lo no silêncio do coração. A segunda: descer Deus da nossa cabeça até ao profundo do nosso ser, quer dizer, deixar de pensar em Deus só com a mente e aprender a percebê-Lo no mais íntimo de nós.
 Esta experiência interior de Deus, real e concreta, pode transformar a nossa fé. Surpreendemo-nos de como temos podido viver sem descobri-la antes. É possível encontrar Deus dentro de nós no meio de uma cultura secularizada. É possível também hoje conhecer uma alegria interior nova e diferente. Mas parece-me muito difícil manter por muito tempo a fé em Deus no meio da agitação e frivolidade da vida moderna sem conhecer, mesmo que seja de forma humilde e simples, alguma experiência interior do Mistério de Deus.

Postagens mais visitadas deste blog

ORAÇÃO PARA SER REZADA TODOS OS DIAS

 Ave Maria  de  Alta Graça         Ave Maria de Alta Graça, Luz Divina que o sol embaça, Ave Maria Paz e Minha Guia, me acompanhe neste dia Deus e a Virgem Maria, o mar se abrande, cessem os perigos, retrocedei todos os viventes que estiverem neste dia contra mim; Se tiverem pés não me alcancem, braços não me toquem, olhos não me enxerguem e língua não me falem; Faltem as forças a todos aqueles que me quiserem fazer o mal. Eu com o Manto de Nosso Senhor Jesus Cristo serei coberto, com seu sangue, serei baforado, não serei preso e nem amarrado; Viverei em paz e harmonia assim como viveu Nosso Senhor Jesus Cristo no ventre puríssimo de Sua Mãe Maria Santíssima.

A Cruz permanece firme, enquanto o mundo gira.

  "STAT CRUX DUM VOLVITUR ORBIS" A Cruz permanece firme, enquanto o mundo gira .  A Cruz permanece intacta enquanto o Mundo percorre a sua órbita. A cruz que está firme no mundo simboliza a firmeza na contínua agitação dos homens, das ideias, das coisas. A cruz erguida acima do redemoinho de coisas humanas que passam, dos prazeres humanos que são efêmeros, das vaidades humanas que perecem, a cruz erguida, alta, imóvel é carregada, apoiada, levantada não pelo mundo instável, mas por almas estáveis ​​em seus propósitos, consagradas à oração, devotadas ao sacrifício, chamadas a exaltá-la acima do mundo Abandonar as realidades fugazes e procurar capturar o eterno. O mundo gira, evolui e transforma-se, mas a cruz permanece sempre com o mesmo significado espiritual, o mesmo valor redentor e o mesmo poder de atracção. (…)” Cristo é imutável: Christus heri et hodie, Principium et Finis, Alpha et Omega, ipsius sunt tempora et saecula (Cristo ontem e hoje, princípio e fim,
  Cidade do Vaticano, 21 dez 2023 (Ecclesia) – O Papa destacou hoje a sobriedade e a alegria do presépio, a partir da iniciativa de São Francisco de Assis, alertando para que o risco de perder-se o que é importante na vida “e paradoxalmente aumenta perto do Natal”. “O presépio foi criado para nos trazer de volta ao que importa: a Deus que vem morar entre nós, mas também às outras relações essenciais, como a família, presente em Jesus, José e Maria, e os entes queridos, representados pelos pastores”, disse Francisco, na audiência pública semana, no Vaticano. “As pessoas antes das coisas, as pessoas assim como são”, acrescentou o Papa, indicando que as personagens do presépio “são simples, pobres, e estão em harmonia com a criação”, a paisagem ocupa o maior espaço e o boi e o burro nunca faltam”. “É bom ficar em frente do presépio para reorganizar a vida voltando ao essencial. É como entrar num oásis para escapar da agitação diária, para encontrar a paz na oração e no silêncio, numa tern