O papa frisou no Vaticano, no dia 6 de junho de 2014, que o fingimento de quem mostra «uma coisa mas pensa outra» não poder ser «a linguagem dos cristãos» e que «o hipócrita é capaz de matar uma comunidade».
«Um cristão não pode ser hipócrita e um hipócrita não é cristão. Isto é muito claro», acentuou Francisco na homilia da missa a que presidiu, centrada no Evangelho proclamado nas missas desta terça-feira (Marcos 12, 13-17), refere a Rádio Vaticano.
No trecho evangélico, alguns fariseus procuram fazer cair Jesus em contradição, e para preparar a cilada começam por o elogiar: «O hipócrita é sempre um adulador, ou em tom maior ou em tom menor, mas é um adulador», apontou o papa.
Enquanto «fala com doçura», o hipócrita, que «é um homicida», está a «julgar terrivelmente uma pessoa», apontou.
A adulação passa por «não dizer uma verdade, exagerar, fazer crescer a vaidade» com «má intenção», no contexto de uma falsidade de «dupla face» que «rasga a personalidade e a alma de uma pessoa».
«Jesus responde sempre aos hipócritas e aos ideológicos com a realidade. A realidade é assim, tudo o resto ou é hipocrisia ou é ideologia», apontou.
Francisco vincou que «a linguagem da hipocrisia é a linguagem do engano, é a mesma linguagem da serpente a Eva» e sublinhou que «quando há hipócritas numa comunidade, há um grande perigo»: «Quanto mal faz a hipocrisia à Igreja», observou.
«Peçamos ao Senhor que nos guarde para não cairmos neste vício da hipocrisia, de fingir a atitude com más intenções. Que o Senhor nos dê esta graça: "Senhor, que eu nunca seja hipócrita, que saiba dizer a verdade, e se não posso dizê-la, ficar calado, mas nunca, nunca, um hipócrita», concluiu.