Pular para o conteúdo principal

Máximas éticas de Sêneca

Máximas éticas de Sêneca[1]

(Extraído do livro: Cultura e Ética, de Albert Schweitzer, Ed. Melhoramentos)

Nenhum homem é mais nobre do que os demais, a não ser que sua índole espiritual seja de melhor qualidade e o capacite para uma sabedoria sublime. Todos nós temos em comum aquela mãe única que é a Terra. Dela deriva a origem primordial de cada homem, sejam os seus parentes e antepassados humildes ou preclaros. A ninguém fica proibido o acesso à virtude; o caminho que conduz até ela está aberto para todos; não há ninguém que ela não admita; todos estão convidados: homens livres, libertos, escravos, reis, desterrados. A virtude não olha a família nem tampouco a fortuna; basta-lhe o homem.
Enganam-se os que pensam que a escravidão atinge a totalidade da natureza humana; o que há de mais distinto nela não sofre a sua influência.
Cada criatura, mesmo que nada tenha que a recomende, goza a minha simpatia, só por usar o nome de "homem".
No que se refere a um escravo, convém ponderarmos, não até que ponto possamos ultrajá-lo impunemente, mas o que nos permite a natureza do direito e da equidade, que mandam tratarmos com brandura também os prisioneiros e comprados. Se bem que seja permitido fazer com um escravo o que se quiser, existem certas coisas que, segundo o direito comum a toda criatura, não devem ser feitas a ninguém, porque todos são da mesma natureza que tu.
Eis a exigência que se dirige ao Homem: que ele seja útil ao maior número possível de homens; se isso não for possível, que preste serviços a uns poucos; se também isso for impossível, que se torne prestativo ao próximo; na impossibilidade disso, que traga proveito a si próprio.
Por meio de incessante benevolência conquistamos os maldosos. Não há nenhum espírito endurecido, avesso à delicadeza, que não goste dos bondosos, aos quais, em última análise, sempre deve alguma coisa. Não me retribuíram com gratidão, que devo fazer? O que fazem os deuses, que começam a prestar-nos benefícios antes que nós o percebamos, e prosseguem com as ações boas sem que lhes agradeçamos.


[1] Sêneca foi um dos mais célebres advogados escritores e intelectuais do Império Romano. Nasceu em Córdoba, no ano 4 a.C, e faleceu em Roma, no ano 65.

Postagens mais visitadas deste blog

ORAÇÃO PARA SER REZADA TODOS OS DIAS

 Ave Maria  de  Alta Graça         Ave Maria de Alta Graça, Luz Divina que o sol embaça, Ave Maria Paz e Minha Guia, me acompanhe neste dia Deus e a Virgem Maria, o mar se abrande, cessem os perigos, retrocedei todos os viventes que estiverem neste dia contra mim; Se tiverem pés não me alcancem, braços não me toquem, olhos não me enxerguem e língua não me falem; Faltem as forças a todos aqueles que me quiserem fazer o mal. Eu com o Manto de Nosso Senhor Jesus Cristo serei coberto, com seu sangue, serei baforado, não serei preso e nem amarrado; Viverei em paz e harmonia assim como viveu Nosso Senhor Jesus Cristo no ventre puríssimo de Sua Mãe Maria Santíssima.

O meu Reino não é deste mundo

  S anto Agostinho (354-430) bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja Homilias sobre São João «O meu reino não é deste mundo» Escutai todos, judeus e gentios [...]; escutai, todos os reinos da Terra! Eu não impeço o vosso domínio sobre este mundo, «o meu reino não é deste mundo». Não temais, pois, com esse medo insensato que dominou Herodes quando lhe anunciaram o meu nascimento. [...] Não, diz   o Salvador, «o meu reino não é deste mundo». Vinde todos a um reino que não é deste mundo; vinde a ele pela fé; que o medo não vos torne cruéis. É verdade que, numa profecia, o Filho de Deus diz, falando do Pai: «Por Ele, fui eleito rei sobre Sião, sobre a montanha sagrada» (Sl 2,6). Mas essa Sião e essa montanha não são deste mundo. Com efeito, o que é o seu reino? São os que acreditam nele, aqueles a quem Ele diz: vós não sois do mundo, tal como Eu não sou do mundo (cf Jo 17,16). E, contudo, Ele quer que estejam no mundo e diz ao Pai: «Não Te peço que os retires...