Pular para o conteúdo principal

SEJAMOS! - CRÔNICA

'Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.'

Fernando Pessoa
«Sê tu todos os outros já existem» lembro-me de ler esta frase numa dessas tantas imagens que atravessam internet fora e demorar nela. Lembro-me de fazer sentido. Lembro-me de me sentir mais livre. Ser eu, poder ser eu, é para mim a maior liberdade do ser humano. Já perdi a conta às vezes que não fui eu, não fiz o que quis e me deixei levar. Ao rezar percebi que somos chamados a ser nós. Deus criou-nos especiais e únicos. Cada um de nós é chamado a ser tal e qual como é, tal e qual como foi sonhado e criado por Deus. Somos chamados a ser. E não entendam ser como uma tarefa fácil, como um caminho fácil.
 Ser não é simplesmente fazer tudo o que queremos. Ser é conhecer o nosso coração e a nossa alma e deixar-nos levar por eles. Ser não é ter sempre razão. Há um poema de Nayyirah Waheed que diz “if we must both be right. we will lose each other” Ou seja, se tivermos que estar os dois certos, perder-nos-emos. Ser exige autoconhecimento, exige que saibamos quem somos, para onde nos movemos e para onde queremos ir. Para ser é igualmente importante darmos a liberdade ao outro de ser tal e qual o que é e sente. Só assim teremos também a liberdade de ser. Ser implica amar-nos como somos e, em consequência, amar o outro tal e qual como é.
 Ser com Deus exige que saibamos para onde nos leva e deixar que nos leve, deixar-nos levar por Deus é deixarmo-nos amar por Ele. Ser é permitirmo-nos errar, estar tristes, frágeis, dramáticos, instáveis, apáticos com a mesma naturalidade com que estamos felizes, alegres e gratos. Ser é chorar com a naturalidade de quem sorri. É deixarmo-nos ser frágeis com a naturalidade de quem tem força. Ser é deixarmo-nos ser amados, ser tocados por Deus, pela vida, pelo amor e pelas pessoas. É deixarmo-nos revoltar. Ser é permitirmo-nos viver a vida com os nossos olhos. Permitamo-nos ter lutos, ter dores de tanto rir, ir com a maré ou fugir à rotina. Permitamo-nos ser. Permitamo-nos ser o que quisermos. Deus ama-nos tal como somos. Deus escolheu-nos tal e qual como somos. Sejamos inteiros. Deus pede-nos que, sem medo, sejamos e deixamos que o outro seja!       Paula Alencar

Postagens mais visitadas deste blog

ORAÇÃO PARA SER REZADA TODOS OS DIAS

 Ave Maria  de  Alta Graça         Ave Maria de Alta Graça, Luz Divina que o sol embaça, Ave Maria Paz e Minha Guia, me acompanhe neste dia Deus e a Virgem Maria, o mar se abrande, cessem os perigos, retrocedei todos os viventes que estiverem neste dia contra mim; Se tiverem pés não me alcancem, braços não me toquem, olhos não me enxerguem e língua não me falem; Faltem as forças a todos aqueles que me quiserem fazer o mal. Eu com o Manto de Nosso Senhor Jesus Cristo serei coberto, com seu sangue, serei baforado, não serei preso e nem amarrado; Viverei em paz e harmonia assim como viveu Nosso Senhor Jesus Cristo no ventre puríssimo de Sua Mãe Maria Santíssima.

O meu Reino não é deste mundo

  S anto Agostinho (354-430) bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja Homilias sobre São João «O meu reino não é deste mundo» Escutai todos, judeus e gentios [...]; escutai, todos os reinos da Terra! Eu não impeço o vosso domínio sobre este mundo, «o meu reino não é deste mundo». Não temais, pois, com esse medo insensato que dominou Herodes quando lhe anunciaram o meu nascimento. [...] Não, diz   o Salvador, «o meu reino não é deste mundo». Vinde todos a um reino que não é deste mundo; vinde a ele pela fé; que o medo não vos torne cruéis. É verdade que, numa profecia, o Filho de Deus diz, falando do Pai: «Por Ele, fui eleito rei sobre Sião, sobre a montanha sagrada» (Sl 2,6). Mas essa Sião e essa montanha não são deste mundo. Com efeito, o que é o seu reino? São os que acreditam nele, aqueles a quem Ele diz: vós não sois do mundo, tal como Eu não sou do mundo (cf Jo 17,16). E, contudo, Ele quer que estejam no mundo e diz ao Pai: «Não Te peço que os retires...