Pular para o conteúdo principal

Agora, aqui e hoje: Passado e futuro não me pertencem

«O meu passado já não me preocupa: pertence à misericórdia divina. O meu futuro também não me preocupa: pertence à providência divina. O que me preocupa é o agora, aqui e hoje: ele pertence à graça divina e ao empenho da minha boa vontade.»

Estas palavras de S. Francisco de Sales (1567-1622), também conhecido pela sua fina produção literária espiritual, podem adaptar-se a estes últimos dias de um ano que está a declinar.

Elaborar balanços finais ou projetivos de uma empresa pode ser fácil; mais desafiador é fazer o relatório de uma vida com os seus esplendores e as suas misérias, com o bem e o mal criado pelas próprias mãos, com o significado ou com o vazio de uma existência.

Francisco de Sales articula o seu balanço na tríplice dimensão do tempo e coloca-o sob a alçada do julgamento divino. O passado e o futuro são vistos com grande serenidade: o primeiro é confiado à misericórdia de Deus, até porque já não pode ser mudado; o segundo está somente nas mãos de Deus, que também é pai e não quer que o filho seja abandonado ou arruinado.

O único aspecto do tempo que é arriscado é o presente porque está a ser construído «agora, aqui e hoje» e é o único que plenamente nos pertence. Depende da nossa liberdade torná-lo ofensivo e deflagrador ou frutífero e produtivo.

Mas S. Francisco sabe que também o presente, embora intrinsecamente ligado a nós, não está privado da presença divina. A graça, com efeito, sustenta a nossa liberdade e basta esticarmos a mão para que Deus esteja pronto a agarrá-la e a guiar-nos ao longo do caminho da vida, dia após dia, passo após passo. E então, como dizia o poeta francês Stéphane Mallarmé, do século XIX, «o hoje torna-se virgem, vivo e belo».

[P. (Card.) Gianfranco Ravasi | In "Avvenire" ]

Postagens mais visitadas deste blog

ORAÇÃO PARA SER REZADA TODOS OS DIAS

 Ave Maria  de  Alta Graça         Ave Maria de Alta Graça, Luz Divina que o sol embaça, Ave Maria Paz e Minha Guia, me acompanhe neste dia Deus e a Virgem Maria, o mar se abrande, cessem os perigos, retrocedei todos os viventes que estiverem neste dia contra mim; Se tiverem pés não me alcancem, braços não me toquem, olhos não me enxerguem e língua não me falem; Faltem as forças a todos aqueles que me quiserem fazer o mal. Eu com o Manto de Nosso Senhor Jesus Cristo serei coberto, com seu sangue, serei baforado, não serei preso e nem amarrado; Viverei em paz e harmonia assim como viveu Nosso Senhor Jesus Cristo no ventre puríssimo de Sua Mãe Maria Santíssima.

Dos Sermões de Santo Antônio de Pádua, presbítero

  SANTO ANTÔNIO Dos Sermões de Santo Antônio de Pádua, presbítero A palavra é viva quando são as obras que falam Quem está repleto do Espírito Santo fala várias línguas. As várias línguas são os vários testemunhos sobre Cristo, a saber: a humildade, a pobreza, a paciência e a obediência; falamos estas línguas quando os outros as veem em nós mesmos. A palavra é viva quando são as obras que falam. Cessem, portanto, os discursos e falem as obras. Estamos saturados de palavras, mas vazios de obras. Por este motivo o Senhor nos amaldiçoa, como amaldiçoou a figueira em que não encontrara frutos, mas apenas folhas. Diz São Gregório: “Há uma lei para o pregador: que faça o que prega”. Em vão pregará o conhecimento da lei quem destrói a doutrina por suas obras. Os apóstolos, entretanto, falavam conforme o Espírito Santo os inspirava (cf. At 2,4). Feliz de quem fala conforme o Espírito Santo lhe inspira e não conforme suas ideias! Pois há alguns que falam movidos pelo próprio espírito e, usa...

LIVRES PARA AMAR

  LIVRES PARA AMAR Lembrei-me do que Chiara nos tinha dito um dia - sempre nos tempos de guerra, quando cada instante teria podido ser o último e vivíamos, portanto, sempre diante da morte. Chiara havia dito naquela vez: “É preciso acabar com o passado: o passado é passado; se vocês querem perder tempo pensem no passado. O futuro não nos pertence, está nas mãos de Deus. Deus não é aquele que foi ou aquele que será: é aquele que é. Se vocês pedem perdão a Deus e começam uma vida nova, naquele instante Ele perdoa, e vocês começam a amá-Lo com toda mente, com todas as forças e com todo coração. A misericórdia de Deus desce sobre vocês, e a misericórdia de Deus é Deus mesmo, é como um manto de ouro...”.. (Ginetta, uma vida pelo Ideal da unidade, Cidade Nova, 2006, pp. 129-130)