"Um profeta, ouvimos na Missa deste Domingo, nunca é bem recebido na sua terra. S. João, falando de Jesus, assinala que Ele veio para o que era Seu e os Seus não O receberam.
No fundo, Jesus não escapa à experiência que fazemos muitas vezes. Sentimos que estamos longe de quem está perto e perto de quem está longe. E, como é óbvio, este «perto» e este «longe» não são magnitudes físicas ou estâncias geográficas.
Os que muito falam de Jesus são, por vezes, os que mais longe estão da Sua mensagem, da Sua simplicidade, do Seu amor pelos pobres. Os maiores bloqueios à doutrina de Cristo são, quase sempre, internos.
Somos convidados a subir as escadas das igrejas. Mas não esqueçamos o apelo de Jesus no momento em que as descermos.
Cristo está no templo. Mas não deixa de estar no tempo. Ele está na rua. De mão estendida. Em carne e osso, às vezes mais em osso que carne. Jesus grita no clamor dos pobres!
Um profeta está no meio de vós. Um profeta não é um simples mestre, nem um mero explicador. Um profeta é alguém que interpela, incomoda e, mesmo assim, não recua nem tem medo.
Não é que tenha força. Um profeta até pode sentir-se fraco. Mas, refere S. Paulo, «basta a graça de Cristo».
Um cristão não pode estar à espera de seguranças.
Um cristão é um aventureiro da esperança e um peregrino da verdade!" Pe João Antonio Pinheiro