"23 de maio de 1965. 'Quinto Domingo após a Páscoa'
Cada aurora mais bonita que a outra. E que paz! Meditação com vaga-lumes, neblina no vale, último quarto da lua, corujas ao longe - gradual despertar interior e centrar-se em paz e harmonia de gratidão e amor.
Ontem escrevi ao homem da McGill University que pensava que toda contemplação fosse uma manifestação de regressão narcisista! Isso mesmo é que não é.
É um completo despertar de relação e identidade! Implica uma consciência e aceitação de nosso lugar no todo, primeiro o todo da criação, depois todo o plano da Redenção - encontrar-se no grande mistério da plenitude, que é o Mistério de Cristo. 'Consonantia' e não 'confusio': harmonia e não confusão."
Thomas Merton, "Merton na Intimidade - Sua Vida em Seus Diários", Fisus 2001, p.