Chamo a ec-sistência do Homem o estar na clareira do Ser. Esse modo de ser só é próprio do Homem. Assim entendida, a ec-sistência não é apenas o fundamento de possibilidades da razão, "ratio". É também onde a Essência do homem conserva a proveniência de sua determinação.
Só se pode dizer ec-sistência da Essência do Homem, isto é, do modo humano de "ser", pois somente o homem, até onde alcança nossa experiência, foi introduzido no destino da ec-sistência. Por isso também a ec-sistência nunca pode ser pensada como uma espécie particular entre outras espécies de seres vivos, suposto, naturalmente, que foi destinado ao Homem pensar a Essência de seu ser e não, apenas, fazer relatórios sobre a natureza e a história de sua constituição e de suas atividades.
— Heidegger, M. Sobre o Humanismo. Rio de Janeiro: editora Tempo Brasileiro, 1995, p. 41.