"Nem mesmo obrigações e trabalhos que nos distraem poderão perturbar completamente esse senso de uma união misteriosa. A todo momento encontramos o Cúmplice anônimo que arde em nosso íntimo, semelhante a um fogo poderoso e cheio de paz.
Talvez não sejamos capazes de identificar essa presença e essa contínua atuação que se processa dentro de nós, a não ser que ela se esteja realizando de modo formal sobre o altar em nossa frente; mas, ao menos nesse momento, reconheceremos obscuramente, no partir do Pão, o Desconhecido que foi nosso companheiro ontem e no dia anterior.
E, como os discípulos de Emaús, compreenderemos como convinha que nos ardesse o coração quando os incidentes de nosso trabalho diário nos falavam de Cristo que vivia, trabalhava e oferecia seu Sacrifício em nós continuamente."
Thomas Merton, "Novas Sementes de Contemplação", Fisus 1999, p. 163 (Cap. 22. Vida em Cristo, item 4).