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"O homem se distingue pela necessidade em que vive constantemente, se não quiser cair ou cair abaixo de sua natureza, para fazer esforços sobre si mesmo. Estamos destinados a uma luta interior, que devemos aceitar e continuar com paciência. Essa continuidade na busca de si mesmo se traduz em trabalho. A vida espiritual é uma luta e um fardo: aqueles que a esquecem viverão em uma cegueira extremamente perigosa. Porém, se tivermos que tomar cuidado de maneira simples, não é verdade, porém, que a vida espiritual seja confundida com inquietação ou dificuldade. Propor a nós mesmos como ideal a consecução de certos objetivos capazes de reunir a admiração de outras pessoas - ou até a nossa, por nós mesmos - significa desconhecer completamente a essência da espiritualidade. O espírito é atenuado em "deixar ir". Se você não vive de atletismo, vive de caridade. Agora não há nada mais simples que o amor. Há, portanto, um tipo de dificuldade que a alma, esposa de Deus, evita com cuidado: a complicação. O que é reto é simples, o que é falso é complicado. Simplicidade é o sinal de Deus: se me curvo, se as complicações do meu amor por mim explodem, sofro muito. Se eu me voltar para os homens, eles me fazem inclinar-se por causa do círculo vicioso de paixões. A alma que, ao contrário, desafia a Deus sozinha com uma memória ininterrupta, recebe apenas uma resposta dele: a certeza de ser amado até o infinito o convida a amar com todo o coração no momento presente, e essa resposta resolve tudo. os problemas. Esta é a primeira e mais poderosa maneira de simplificar nossa vida: adotar uma posição verdadeira: contemplativa, nos acostumamos a enfrentar Deus em solidão. Mas há outro, de fato inseparável do que acabei de mencionar: generosidade aberta. Se a alma de um cartuxo em particular deseja parar no meio do caminho, é inútil ele tentar se levantar e perder a força. Devemos fazer o possível para manter o espírito em equilíbrio. O direito que reservamos para defender o amor próprio, em certa medida, age na alma como um veneno. Pelo contrário, arriscar tudo aumenta; dar tudo restaura o ar puro das montanhas. Não há nada mais simples que fé e abandono total. Essa atitude interior e categórica tem consequências práticas em outros setores. Se somos simples com Deus, seremos simples com Deus.A falta de simplicidade para com o padre Prior ou o diretor é uma mistura de vaidade e desconfiança, é contrária ao espírito da infância. A contemplação nos curará desse medo ou orgulho. Não temos simplicidade para com nossos irmãos quando somos sensíveis e desconfiados; mais uma vez a pretensão de ser alguém, a falta de memória para o essencial, nos faz ver dificuldades onde Deus não as colocou. Tentamos estar mais dentro do círculo da presença divina, o que nos apagará e nos dará calma e transparência. Somente a natureza de Deus, contemplada em sua essência ou no Amor crucificado, ou na face imaculada de Maria, pode nos libertar de nós mesmos; Só ela pode se apaixonar por nós. Foi nesse sentido que as palavras de Cristo foram ditas: a verdade vos libertará - veritas liberabit vos. Acrescentemos aqui para concluir: o caminho do mestre, especialmente o contemplativo, não é fácil, porque requer um dom total; mas não é difícil, porque possui vantagens maravilhosas, como o privilégio divino da simplicidade. Que a Virgem Maria e os santos cuja festa celebramos nos dê liberdade interior e amor amoroso, nos conduzam à visão, em unidade, que será nossa alegria eterna."

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