Para D. Tolentino, «o grande remédio» da existência «é o amor», e uma das suas sementes é ter a capacidade de dizer «o bem»: «Vivemos dentro de uma cultura que é o contrário, que lamentavelmente nos leva a viver numa crítica constante, pouco construtiva, em que vemos sobretudo o mal; os nossos olhos parecem profissionais que só veem a parte negativa, deixamo-nos consumir numa espécie de lamúria, lodaçal escuro, noturno, onde só vemos o mal».
Um dos propósitos prioritários do novo ano devia ser «abençoar»: «Há uma bênção quotidiana, secular, humana, que todos podemos dar uns aos outros», desejando «o melhor para cada um», em contraposição a uma cultura «onde o bem é silenciado, como se não tivesse lugar no espaço público».
«Só conseguiremos domar o lobo que existe no coração» se houver a capacidade de transformar «a agressividade e escuridão numa forma de luz, numa coisa que se acende», porquanto a humanidade de cada pessoa «é o lugar para hospedar e expandir Deus no mundo».
E dado que a paz é um dom que se recebe e partilha, é necessário que o ser humano se comprometa com um estilo de vida marcado pela «compaixão, a misericórdia, o bem», assinalou.
«Que os propósitos que o Espírito Santo faz vir ao nosso coração» no primeiro dia do ano sejam acolhidos como «um programa de vida», para que a existência de cada pessoa não seja apenas «a passagem do tempo», mas «um tempo oportuno» para a relação com Deus, concluiu.