Christiane Singer «Num tempo em que escasseiam os mestres, não serão as crises os grandes mestres que têm alguma coisa a ensinar-nos? É verdade que as crises representam, muitas vezes, aprendizagens interiores e históricas difíceis, para as quais raramente nos considerámos preparados. Mas não escutar, aturadamente, o que as crises nos dizem é desperdiçar uma oportunidade para aceder àquela profundeza que pode devolver sentido à vida.
Talvez precisemos compreender que, no decurso do nosso caminho, coletivo e pessoal, as crises nos acontecem para que seja evitado algo pior. E pior o que é? Christiane Singer escreve: “O pior é ter tido a infelicidade de atravessar a vida sem naufrágios, é ter ficado apenas à superfície das coisas, ter dançado um enganador baile de máscaras, ter ficado a chapinhar na rasura do diz que diz, das meras aparências e nunca ter habitado uma vida que lhe pertencesse.»