O SOFRIMENTO DEIXA DE SER SOFRIMENTO QUANDO GANHA SENTIDO.
O psiquiatra vienense Viktor Frankl (1905-1997) havia iniciado sua especialização em prevenção do suicídio e tratamento da depressão quando, em 1942, foi levado para um campo de concentração, com a esposa, o irmão e os pais. Ficou aprisionado por três anos e passou por diversos horrores e perdas antes de ser libertado como único sobrevivente da família. "Em busca do sentido" (1946), escrito após essas experiências, Frankel explicou que temos duas forças psicológicas que nos permitem suportar situações dolorosas, possivelmente devastadoras, e seguir em frente: a capacidade de decisão e a liberdade de agir.
Não estamos a mercê do ambiente ou dos acontecimentos, porque somos nós que determinamos como deixaremos nos influenciar. Até mesmo o sofrimento pode ser visto de modos diferentes, dependendo da nossa interpretação dos fatos.
Frankl citou o caso de um de seus pacientes, que sofria por sentir saudades da esposa morta. Ao indagar para o paciente como seria se ele tivesse morrido primeiro, este respondeu que possivelmente a mulher teria achado extremamente difícil viver sem ele. Frankl argumentou que o fato do paciente ter sobrevivido havia poupado a mulher essa dor, mas agora ele próprio deveria sofre-la. Ao dar sentido ao sofrimento, nós o tornamos suportável.; "o sofrimento deixa de ser sofrimento quando ganha sentido".
O sentido é algo que precisa "ser descoberto, e não inventado". Nós o encontramos na vida, e sobretudo, no amor, exercendo a criatividade e de acordo com a maneira como escolhemos enxergar os fatos.
Trecho do "Livro da Psicologia: as grandes ideias de todos os tempos".