O que será o que não estamos mais
enxergando? O que será o que não estamos mais percebendo?
Nos dias atuais, constata-se que
em vez de se fazer comunicar, esgota-se na enunciação da comunicação. Em vez de
se produzir sentido esgota-se na encenação do sentido.
As pessoas vivem na ilusão do não
ser. Pelas redes sociais, cada um de algum modo diz altissonante: “O show sou
eu”. Vive-se o tempo do show do eu.
Às vezes, tornamo-nos personagens
de nós mesmos. Representamos tanto, que não sabemos quem somos.
Você vive em mundo real?
O simulacro é uma criação, é uma
mentira. É tão crível que achamos que ele é mais real do que o próprio real.
Assim sendo podemos digerir aceitar, acatar verdades que são simulacros.
Há uma espetacularização do eu. Foi
Guy
Debord quem cunhou a suprareferida expressão.
Ponderou ele que no século XX se iniciava a tendência à super exposição
dos seres humanos. Com a chegada da internet, essa espetacularização
ganhou contornos mais claros.
O ser humano tornou-se uma
criatura delirante.
Há uma avalanche imagética. “O
espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas
mediada por imagens” Debord.
“Vivemos a abundancia das imagens
que não temos mais como imaginar” Bavcar.
“Penso que não cegamos, penso que
estamos cegos, cegos que veem, cegos que, vendo, não veem” Saramago.