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Venham a mim


Um harmonioso domingo. Nossa confiança não pode ser uma confiança doutrinal, uma confiança devocional, uma confiança legalista. Não! Nossa confiança tem que abranger toda a nossa interioridade. Assumamos o fardo suave e o peso leve de Jesus. 

"VINDE A MIM!" - São João Crisóstomo
Vinde a mim todos: não somente os que ordenam, mas também os que obedecem; não somente os livres, mas também os escravos; não somente os homens, mas também as mulheres; não somente os jovens, mas também os anciãos; não somente os de corpo são, mas também os aleijados e entrevados, todos - diz, vinde. Tais são, realmente, os dons do Senhor: não conhece diferença entre escravo e livre, nem entre rico e pobre, mas toda esta desigualdade está rejeitada: Vinde - diz - todos vós que estais cansados e fatigados.
Observa a quem ele chama: aos que se esgotaram completamente nas iniquidades, aos que estão oprimidos pelos pecados, aos que nem sequer podem mais levantar a cabeça, aos que estão mortos de vergonha, aos que mais estão privados de confiança para falar. E por que os chama? Não para pedir-lhes conta, nem para estabelecer um tribunal. Então, para quê? Para fazer-lhes descansar de seu cansaço, para tirar-lhes a sua carga pesada".
João Crisóstomo - Catequese batismal 5, 26-30 (Séc. V).

Santo Agostinho
Tratado sobre a Santíssima Trindade
Ame ao irmão e amará o amor

Nosso Senhor Jesus Cristo, ao realizar seus milagres, como querendo dar uma lição mais sublime aos que dele se admiravam e conduzir para as secretas e eternas realidades a estes espíritos atentos e como que suspenso no fascínio de seus prodígios, lhes  diz: Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso de vossos fardos e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo. Ele não disse: “Aprendei de mim a ressuscitar mortos de quatro dias”, mas aprendei de mim que sou manso e humilde de coração.
A solidíssima humildade é mais poderosa e mais segura que os cumes soprados pelos ventos. Por isso segue e diz: E encontrareis descanso para as vossas almas. A caridade não se ensoberbece, e Deus é caridade; e os fiéis no amor descansarão nele, chamados do estrondoso exterior aos deleites interiores. Se Deus é caridade, para que andar correndo desatinados pelos cumes dos céus e das profundezas da terra em busca daquele que mora em nós, se nós queremos estar junto dele?
Ninguém diga: “Não sei o que amar”. Ame ao irmão e amará ao amor. Conhece melhor a dileção que lhe impulsiona ao amor que ao irmão a quem ama. Eis aqui como podes conhecer melhor a Deus que ao irmão; mais conhecido porque está mais presente; mais conhecido porque é algo mais íntimo; mais conhecido porque é algo mais correto.

Abraça ao Deus amor e abraça a Deus por amor. É o amor que nos une com vínculo de santidade a todos os anjos bons e a todos os servos de Deus; consolida-nos a eles e nos submete a Ele. Quanto mais imunizados estejamos contra o inchaço do orgulho, mais plenos estaremos de amor. E aquele que está cheio de amor, do que está preenchido a não ser de Deus? Porém tu dirás: “Vejo a caridade e a contemplo, enquanto posso, com os olhos de minha inteligência, e deposito fé à Escritura, que diz: Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus; mas quando medito no amor, não descubro a Trindade”. Vês a Trindade se vês o amor.

Antonio Couto
"Nenhum arrogante raciocínio, nenhum orgulho, nenhuma escada por nós construída, conduz a Deus. Nenhuma arrogância conduz a Deus. Jesus, Mestre novo, não aponta para coisas nem ensina coisas. Ele diz: «Vinde a Mim» e «aprendei de Mim» (Mateus 11,28 e 29). Com Jesus. Como Jesus. Ele não ensina coisas. Ensina-se a si mesmo, dando-se a si mesmo. Aprendeu do Pai, que tudo lhe deu (Mateus 11,27). Dar e receber. Jugo suave e carga leve (Mateus 11,30). Como os missionários do Evangelho, que devem partir sempre sem ouro, nem prata, nem cobre, nem saco, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bastão, dando de graça o que de graça receberam (cf. Mateus 10,8-9). Nenhum acessório ou mero adereço nos faz falta. Dar o acessório, o adereço, o supérfluo, o que sobra, não tem a marca de Deus, não é fazer a verdadeira memória de Jesus, que se entregou a si mesmo por nós (Efésios 5,2), que se entregou por mim (Gálatas 2,20). Como é da nossa humana experiencia, o acessório, o adereço, o supérfluo deixa a vida intacta. O dom de si mesmo, se for verdadeiro, afeta a nossa vida, porque é decisivo, é para sempre, tem a marca da eternidade, põe-nos no seguimento de Jesus. E, neste caminho discipular, não há estratégia que nos valha." Antonio Couto





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