" Estes homens queriam trabalhar, porém “ninguém os contratou”; eram trabalhadores, mas ociosos por falta de trabalho e de Senhor. Em seguida uma voz lhes contratou, uma palavra os colocou no caminho e, em seu zelo, não combinaram o preço de seu trabalho como fizeram os primeiros. O Senhor avaliou seu trabalho com prudência e lhes pagou tanto como aos demais.
Nosso Senhor pronunciou esta parábola para que ninguém diga: “Visto que não fui chamado quando era jovem, não posso ser recebido”. Ensinou que, seja qual for o momento de sua conversão, todo homem é acolhido. Saiu ao amanhecer, ao meio da manhã, ao meio-dia, no meio da tarde e ao final da tarde: com o que dá a entender desde o início de sua pregação, depois ao longo de sua vida até a cruz porque é “à hora undécima” que o ladrão entrou no paraíso. Para que ninguém reclame do ladrão, nosso Senhor afirma sua boa vontade; se lhe tivessem contratado antes, teria trabalhado: Ninguém nos contratou.
Aquilo que damos a Deus é muito pouco digno dele, e o que Ele nos dá é muito superior a nós. Somos contratados para um trabalho proporcionado às nossas forças, porém nos propõe um salário muito acima do que o nosso trabalho merece... Trata-se da mesma aos primeiros e aos últimos; receberam um denário cada um com a imagem do rei. Tudo isso significa o Pão da vida que é o mesmo para todos; é único o remédio de vida para aqueles que o comem.
No trabalho da vinha não se pode reprovar ao Senhor sua bondade, e nada tem a se dizer de sua retidão. Segundo sua retidão dava como achava justo, e, segundo sua bondade, mostra a sua misericórdia como quer. É para dar-nos este ensinamento que nosso Senhor disse esta parábola, e a resumiu com estas palavras: Eu não tenho liberdade para fazer o que quiser em meus assuntos?"
Santo Efrém