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A pessoa em Edith Stein

 O ser do homem é corpóreo vivente, animado e espiritual. Enquanto homem por essência é espírito, com a sua vida espiritual sai de si, sem deixar si mesmo, para um mundo que se abre a ele. [...] ele «respira» a sua essência de modo espiritual, expressando-a inconscientemente: é também pessoalmente-espiritualmente ativo. A alma do homem enquanto espirito se eleva acima de si mesma na sua vida espiritual. Mas o espirito do homem é condicionado do alto e de baixo: é afincado em sua estrutura material, que o anima e forma, dando a sua forma corpórea.

A pessoa humana porta e compreende o «seu» corpo e a«sua» alma, mas ao mesmo tempo é portada e compreendida por estes. A sua vida espiritual se eleva de uma profundidade escura, como uma chama de vela que brilha, mas que é alimentada por uma matéria que por si só não brilha. Brilha sem ser inteiramente luz: o espirito humano é visível por si, mas não é completamente transparente; pode iluminar outras coisas, mas não pode penetrar nelas perfeitamente. [...] por meio da sua luz interior ele conhece a sua vida presente e muitas coisas sobre aquela que há um tempo era a sua vida presente, mas o passado é pleno de lacunas, os adventos podem ser previstos nas suas particularidades somente com certa probabilidade, mais do que isso é indeterminado e incerto, mesmo se esta indeterminação e incerteza sejam compreensíveis; a origem e o fim são inacessíveis.

[...] E a vida presente, que é certa, imediatamente é o preenchimento fugaz de um átimo, que subitamente se distancia e escapa. A inteira vida consciente não se identifica com «meu ser», assemelha-se a uma superfície iluminada de um abismo escuro, que se manifesta por meio desta superfície.Se desejamos entender o ser pessoa do homem, devemos buscar penetrar nesta profundidade escura. (STEIN)

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