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Não há vagas - Ferreira Gullar

 Não Há Vagas


O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
- porque o poema, senhores,
está fechado:
“não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede
nem cheira

* Marca a obra de Ferreira Gullar a poesia participante e engajada.
Neoconcretismo - tentativa de superar o objetivismo concretista. A poesia concreta é um projeto poético que prima pelo significante. Trabalha a partir de imagens.
"Não tem como interpretar um poema. O poema é a sua própria interpretação" Mário Quintana. 

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