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A ilusão da perfeição

 Virtudes (…) são traços humanos e nossa humanidade a tudo marca, em tudo está presente. E onde estamos está nossa ambivalência, nossa incompletude, nossa escuta interminável de nós mesmos e, tantas vezes, nosso desejo de uma identidade mais plena, que nos livre dessa abertura que nos constitui e com a qual temos que nos haver. Ora, nosso esforço em direção a uma virtude – seja a bondade, a generosidade, a humildade ou outras ainda – pode despertar o sempre possível orgulho em nós e nos levar a uma traiçoeira convivência com nossas virtudes. Imaginando-nos na posse absoluta de um bem – por exemplo, sempre generosos – acabaremos derrubados mesmo aí onde nos sentíamos completamente em casa. Não é dada à condição humana nenhuma espécie de perfeição, somos sempre alguma mistura em andamento, a propósito da qual cabe esperar que o melhor prevaleça, ainda que não sempre. A pretensão de rejeitar inteiramente o mal, desconhecendo quem somos, desencadeará, como a história de todos nós e mesmo a história geral registram, um mal ainda maior. Como sempre, a vigília paciente, silenciosa e acolhedora é mais própria do humano do que a ilusão da perfeição.

Ricardo Fenati. “Virtudes e limites”. In: https://www.centroloyola.org.br/revista/outras-palavras/verso-e-reverso/2433-virtudes-e-limites

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 Ave Maria  de  Alta Graça         Ave Maria de Alta Graça, Luz Divina que o sol embaça, Ave Maria Paz e Minha Guia, me acompanhe neste dia Deus e a Virgem Maria, o mar se abrande, cessem os perigos, retrocedei todos os viventes que estiverem neste dia contra mim; Se tiverem pés não me alcancem, braços não me toquem, olhos não me enxerguem e língua não me falem; Faltem as forças a todos aqueles que me quiserem fazer o mal. Eu com o Manto de Nosso Senhor Jesus Cristo serei coberto, com seu sangue, serei baforado, não serei preso e nem amarrado; Viverei em paz e harmonia assim como viveu Nosso Senhor Jesus Cristo no ventre puríssimo de Sua Mãe Maria Santíssima.

O meu Reino não é deste mundo

  S anto Agostinho (354-430) bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja Homilias sobre São João «O meu reino não é deste mundo» Escutai todos, judeus e gentios [...]; escutai, todos os reinos da Terra! Eu não impeço o vosso domínio sobre este mundo, «o meu reino não é deste mundo». Não temais, pois, com esse medo insensato que dominou Herodes quando lhe anunciaram o meu nascimento. [...] Não, diz   o Salvador, «o meu reino não é deste mundo». Vinde todos a um reino que não é deste mundo; vinde a ele pela fé; que o medo não vos torne cruéis. É verdade que, numa profecia, o Filho de Deus diz, falando do Pai: «Por Ele, fui eleito rei sobre Sião, sobre a montanha sagrada» (Sl 2,6). Mas essa Sião e essa montanha não são deste mundo. Com efeito, o que é o seu reino? São os que acreditam nele, aqueles a quem Ele diz: vós não sois do mundo, tal como Eu não sou do mundo (cf Jo 17,16). E, contudo, Ele quer que estejam no mundo e diz ao Pai: «Não Te peço que os retires...