Os magos têm tão pouco, veem uma estrela, um rei que não lhes pertence, mas eles querem vir adorá-lo. E os outros têm tanto e não mexem uma palha. Estão ali em Jerusalém, Belém é a doze quilômetros, e não perceberam nada do que aconteceu.
E nós temos de perguntar: e para nós? As Escrituras para que é que nos servem? As promessas, para que nos servem?
Porque, muitas vezes, são coisas para estar, são coisas ornamentais, que ornamentam a nossa vida. Mas será que me definem como homem, como mulher? Será que marcam o meu estilo?
E é no fundo isto que se joga: os magos vieram de longe, atrás da estrela. E tiveram a humildade de ir perguntar, a estrela apareceu e desapareceu, eles foram perguntar ao rei, esperaram pela resposta, voltaram a reencontrar a estrela, foram, adoraram o Menino e, como diz S. Mateus, “No final, voltaram para casa por outro caminho.”
Que outro caminho é este, do qual Jesus é o guia para a minha vida, para a tua vida? Possivelmente são caminhos com traduções muito diferentes. Mas, há um outro caminho, pelo qual cada um de nós é chamado a regressar.
| Cardeal D. José Tolentino Mendonça, homilia.