Não podemos estar sempre falando, rezando com palavras, engabelando, argumentando ou mantendo uma espécie de música de fundo devota. Muito do nosso diálogo interior bem intencionado é, de fato, uma cortina de fumaça e uma evasão. Boa parte dele é simplesmente autoafirmação e, no fim, pouco melhor do que uma forma de justificação de si. Em vez de realmente encontrar Deus no despojamento da fé, no qual nosso ser mais íntimo se apresenta nu diante dele, encenamos um ritual interior cuja única função é acalmar a ansiedade.
Amor e Vida, p. 44-45