São João Crisóstomo (c. 345-407) |
«Mas sobre o candelabro»
Não há nada mais insensato que um cristão que não se aplica a salvar os outros. Não podes argumentar com o pretexto da pobreza, pois a viúva que deu as duas moedinhas levantar-se-ia para te acusar (cf Lc 21,2); e também Pedro, que dizia: «Não tenho ouro nem prata» (At 3,6), assim como Paulo, que era tão pobre que frequentemente passava fome e carecia de bens necessários (cf 1Cor 4,11). Também não podes objetar com o teu nascimento humilde: também eles eram de modesta condição. A ignorância não será melhor desculpa, pois também eles eram iletrados […]. Tão-pouco invoques a doença, já que Timóteo era dado a frequentes indisposições (cf 1Tim 5,23) […]. |
Não digas que não podes reconduzir os outros ao bom caminho porque, se és cristão, é impossível que tal não aconteça. Cada árvore dá o seu fruto próprio (cf Mt 7,17s) e, como não há contradição na natureza, o que dizemos é verdade, porque deriva da própria natureza do cristão. […] É mais fácil a luz ser trevas do que o cristão não brilhar. |