“Compadre Francisco, como vais de Glória? E a comadre Clara e a Irmandade toda?
Nós, aqui na Terra, vamos mal vivendo, que a cobiça é grande e o amor pequeno,
O Amor Divino é muito pouco amado e é flor de uma noite o amor humano.
Metade do mundo definha de fome e a outra metade de medo da morte. A sábia loucura do Santo Evangelho tem poucos alunos que levam a sério.
Senhora Pobreza, perfeita alegria, andam mais nos livros que nas nossas vidas.
Muitos tecnocratas e poucos poetas. Muitos doutrinários e menos profetas.
Armas e aparelhos. Trustes e escritórios planejam a história, manejam os povos.
A Mãe Natureza chora poluída no ar e nas águas, nos céus e nas minas.
Pássaros e flores morrem de amargura e os lobos do espanto ganharam as ruas.
Murchou o estandarte da antiga arrogância, são de ódio e lucro as novas cruzadas.
Sucedem-se as guerras e os tratados sonham sangue por petróleo e os impérios trocam.
O mundo é tão velho, que para ser novo, Compadre Francisco, só fazendo outro”