Pular para o conteúdo principal

VOCÊ VALE SEU VOTO - Dom Pedro Casaldáliga

 PALAVRAS DE PEDRO




VOCÊ VALE SEU VOTO
A caminhada eleitoral está nas ruas, nas estradas, no sertão. Auto falantes, comícios, nomes pintados nos muros, alguns cartazes – menos, neste ano, porque o papel e a impressão estão caros demais -, as palmadinhas nos ombros, as visitas casa por casa, as promessas...
Tudo ESPERANDO SEU VOTO!
E o mais sério do caso é que você vale seu voto”.
No voto você joga sua consciência, sua responsabilidade, seu compromisso político, como cidadão. No voto você joga sua fé, como cristão que participa na caminhada do Povo, construindo o Reino de Deus.
Voto não é brincadeira. Nem mercadoria. Nem um jeitinho para agradar compadre ou para agradecer favores ou para ganhar um cargo ou para tratar doente ou para comprar uma bicicleta...
Também não está certo votar em alguém só “porque minha família vota nele”. O voto é pessoal. É você quem vota.
Vamos fazer, entre todos, com que as eleições deixem de ser uma espécie de carnaval. Antes de dar o voto, precisa pensar com muita responsabilidade.
Candidato bom não traz estrela na frente, é verdade. E menos ainda no bolso. Mas, como diz Jesus, a árvore se conhece pelos seus frutos. O bom candidato se conhece pelas suas obras, pela sua vida. Pode ser bom candidato:
- aquele que sempre esteve do lado do Povo.
- aquele que não é corrupto, nem enricou roubando, nem abusou de empregados.
- aquele que sabe respeitar a própria família.
- aquele que não é beberão ou imoral ou xingador ou violento ou orgulhoso.
- aquele que sempre deu valor a educação, à saúde, à fé e à cultura do Povo.
- aquele que é a favor da Reforma Agrária, do Sindicato autêntico e da participação popular.
- aquele que respeita o índio, o negro, a mulher, o peão, o pobre.
- aquele que será capaz de fazer as novas leis municipais, dentro da nova Constituição.
Também ajuda, para conhecer o candidato, prestar atenção aos companheiros que andam com ele:
- candidato mal acompanhado, mal candidato é.
- candidato que faz alianças e conchavos com pessoas corruptas ou exploradoras ou irresponsáveis, mal candidato é.
- candidato da UDR, mal candidato é.
Ainda pode ajudar, para conhecer o candidato, ver e ouvir como ele se comporta nos comícios:
- se gasta demais nos comícios, não presta.
- se xinga ou insulta os outros candidatos, não presta.
- se promete mais da conta, não presta.
Também é importante olhar os partidos a que os candidatos pertencem. Pode ter vários partidos bons, sem dúvida. Mas há partidos maus mesmo. Pelas ideias, pelos interesses, pelo seu passado, pelos grupos desses partidos, dá para conhecer o partido:
- partido que apoiou a Ditadura, não é bom partido.
- partido que é contra a Reforma agrária, não é bom partido.
- partido que é formado principalmente por grandes e poderosos, não é bom partido.
- partido que traiu seus compromissos públicos, não é bom partido.
Votar em mau candidato é participar da maldade dele. É sujar o voto. E não esqueça: você vale seu voto!
Dize-me em quem votas e te direi quem és.
A Política nos atinge a todos. Todos devemos participar na boa política. E ninguém pode deixar de participar. Política é assunto de consciência e é também assunto da verdadeira fé. O Espirito Santo ajuda a dividir os bons, dos maus candidatos. A luz d’Ele e a união do Povo podem mudar – começando pelos municipais, pelos estados e chegando ao governo federal – essa política triste que ainda está suportando o nosso Brasil.
Neste compromisso e nessa esperança, abraça a todos o companheiro bispo
Pedro.
Jornal Alvorada, Set/Out. 1988

Postagens mais visitadas deste blog

ORAÇÃO PARA SER REZADA TODOS OS DIAS

 Ave Maria  de  Alta Graça         Ave Maria de Alta Graça, Luz Divina que o sol embaça, Ave Maria Paz e Minha Guia, me acompanhe neste dia Deus e a Virgem Maria, o mar se abrande, cessem os perigos, retrocedei todos os viventes que estiverem neste dia contra mim; Se tiverem pés não me alcancem, braços não me toquem, olhos não me enxerguem e língua não me falem; Faltem as forças a todos aqueles que me quiserem fazer o mal. Eu com o Manto de Nosso Senhor Jesus Cristo serei coberto, com seu sangue, serei baforado, não serei preso e nem amarrado; Viverei em paz e harmonia assim como viveu Nosso Senhor Jesus Cristo no ventre puríssimo de Sua Mãe Maria Santíssima.

Dos Sermões de Santo Antônio de Pádua, presbítero

  SANTO ANTÔNIO Dos Sermões de Santo Antônio de Pádua, presbítero A palavra é viva quando são as obras que falam Quem está repleto do Espírito Santo fala várias línguas. As várias línguas são os vários testemunhos sobre Cristo, a saber: a humildade, a pobreza, a paciência e a obediência; falamos estas línguas quando os outros as veem em nós mesmos. A palavra é viva quando são as obras que falam. Cessem, portanto, os discursos e falem as obras. Estamos saturados de palavras, mas vazios de obras. Por este motivo o Senhor nos amaldiçoa, como amaldiçoou a figueira em que não encontrara frutos, mas apenas folhas. Diz São Gregório: “Há uma lei para o pregador: que faça o que prega”. Em vão pregará o conhecimento da lei quem destrói a doutrina por suas obras. Os apóstolos, entretanto, falavam conforme o Espírito Santo os inspirava (cf. At 2,4). Feliz de quem fala conforme o Espírito Santo lhe inspira e não conforme suas ideias! Pois há alguns que falam movidos pelo próprio espírito e, usa...

LIVRES PARA AMAR

  LIVRES PARA AMAR Lembrei-me do que Chiara nos tinha dito um dia - sempre nos tempos de guerra, quando cada instante teria podido ser o último e vivíamos, portanto, sempre diante da morte. Chiara havia dito naquela vez: “É preciso acabar com o passado: o passado é passado; se vocês querem perder tempo pensem no passado. O futuro não nos pertence, está nas mãos de Deus. Deus não é aquele que foi ou aquele que será: é aquele que é. Se vocês pedem perdão a Deus e começam uma vida nova, naquele instante Ele perdoa, e vocês começam a amá-Lo com toda mente, com todas as forças e com todo coração. A misericórdia de Deus desce sobre vocês, e a misericórdia de Deus é Deus mesmo, é como um manto de ouro...”.. (Ginetta, uma vida pelo Ideal da unidade, Cidade Nova, 2006, pp. 129-130)