Dá-nos, Senhor, a coragem dos recomeços.
Mesmo nos dias quebrados, faz-nos descobrir limiares límpidos.
Não nos deixes acomodar ao saber daquilo que foi: dá-nos largueza de coração para abraçar aquilo que é.
Afasta-nos do repetido, do juízo mecânico que banaliza a história, pois a desventra de qualquer surpresa e esperança.
Torna-nos livres, deslumbrantemente insubmissos.
Torna-nos inacabados com quem deseja e desejo vive.
Torna-nos confiantes como os que se atrevem a olhar a tudo, e a si mesmos, uma primeira vez.
| José Tolentino Mendonça
Um Deus que dança, Paulinas, p. 77