Pular para o conteúdo principal

Não é um Deus de mortos, mas de vivos

 Não é um Deus de mortos, mas de vivos
A carne é preciosa aos olhos de Deus, que a prefere entre todas as suas obras; é razoável, pois, que a salve. [...] Não seria absurdo que aquilo que foi criado com tantos cuidados, aquilo que o Criador considera mais precioso que tudo o resto, que isso voltasse ao nada?
Quando um escultor ou um pintor querem que as imagens que criaram permaneçam, para servirem à sua glória, restauram-nas quando são danificadas. E Deus estaria disposto a ver o seu bem, a sua obra, regressar ao nada, deixar de existir? Chamaríamos «obreiro da inutilidade» àquele que construísse uma casa para em seguida a destruir, ou que a deixasse danificar quando podia reconstruí-la. Da mesma maneira, não acusaríamos Deus de criar a carne inutilmente? Mas não, o Imortal não é assim; aquele que é, por natureza, o Espírito do Universo não pode ser insensato! [...] Na verdade, Deus chamou a carne a renascer e prometeu-lhe a vida eterna.
Porque, onde quer que se anuncie a boa nova da salvação do homem, anuncia-se essa boa nova também para a carne. Com efeito, o que é o homem, senão um ser vivo dotado de inteligência, composto por uma alma e um corpo? O homem é composto apenas pela alma? Não, trata-se da alma de um homem. Chamaríamos homem ao corpo? Não, dizemos que se trata de um corpo de homem. Assim, pois, se nenhum destes elementos isolados é o homem, é à união entre os dois que chamamos homem. Ora, foi o homem todo que Deus chamou à vida e à ressurreição; não chamou apenas uma parte dele, chamou todo o homem, ou seja, a alma e o corpo. Não seria, pois, absurdo, tendo em consideração que ambos existem segundo a mesma realidade e na mesma realidade, que um deles fosse salvo e o outro não? São Justino, Tratado sobre a Ressurreição, 8


Postagens mais visitadas deste blog

ORAÇÃO PARA SER REZADA TODOS OS DIAS

 Ave Maria  de  Alta Graça         Ave Maria de Alta Graça, Luz Divina que o sol embaça, Ave Maria Paz e Minha Guia, me acompanhe neste dia Deus e a Virgem Maria, o mar se abrande, cessem os perigos, retrocedei todos os viventes que estiverem neste dia contra mim; Se tiverem pés não me alcancem, braços não me toquem, olhos não me enxerguem e língua não me falem; Faltem as forças a todos aqueles que me quiserem fazer o mal. Eu com o Manto de Nosso Senhor Jesus Cristo serei coberto, com seu sangue, serei baforado, não serei preso e nem amarrado; Viverei em paz e harmonia assim como viveu Nosso Senhor Jesus Cristo no ventre puríssimo de Sua Mãe Maria Santíssima.

O meu Reino não é deste mundo

  S anto Agostinho (354-430) bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja Homilias sobre São João «O meu reino não é deste mundo» Escutai todos, judeus e gentios [...]; escutai, todos os reinos da Terra! Eu não impeço o vosso domínio sobre este mundo, «o meu reino não é deste mundo». Não temais, pois, com esse medo insensato que dominou Herodes quando lhe anunciaram o meu nascimento. [...] Não, diz   o Salvador, «o meu reino não é deste mundo». Vinde todos a um reino que não é deste mundo; vinde a ele pela fé; que o medo não vos torne cruéis. É verdade que, numa profecia, o Filho de Deus diz, falando do Pai: «Por Ele, fui eleito rei sobre Sião, sobre a montanha sagrada» (Sl 2,6). Mas essa Sião e essa montanha não são deste mundo. Com efeito, o que é o seu reino? São os que acreditam nele, aqueles a quem Ele diz: vós não sois do mundo, tal como Eu não sou do mundo (cf Jo 17,16). E, contudo, Ele quer que estejam no mundo e diz ao Pai: «Não Te peço que os retires...