Se minh’alma é morta, quem a ressuscitará?
De noites sombrias
De luzes opacas
Meu espírito geme em dores
Meu coração bate como o tic-tac de um relógio
Em busca do ser quando este ser é o Nada.
Minha vida se derrama em um eterno dilema:
O ser e o não-ser.
Viver é ver.
Ver estrelas
Ver flores.
Ver a infinita beleza de um ser Criador.
Não busco o céu, mas talvez a terra,
um paraíso perdido.Se o céu é terra, nele eu morro como um ser
moribundo: Experiência, experiência do meu viver.
Em luzes e trevas derramo o sangue da minha existência
Quem me dirá como é o existir?
Experiência do visível ou do invisível?
Se o invisível é o invisível, para que ver?
Meu ver é sofrer num mundo esvaziado de minha
Profundeza: minha singularidade.
Talvez minha simplicidade complicada.
Talvez minha simplicidade complicada.
Há razões para ser ou não ser,
Pois no nada, no vazio,
Encontro uma chama que revela um absoluto
Mas onde?
Em que terra?
Olho todos os dias as estrelas, olhar singular
Sobre um infinito tão vasto quanto a distância de um brilho.
Talvez elas sejam os olhos de Deus, do Deus Criador.
Encontro uma chama que revela um absoluto
Mas onde?
Em que terra?
Olho todos os dias as estrelas, olhar singular
Sobre um infinito tão vasto quanto a distância de um brilho.
Talvez elas sejam os olhos de Deus, do Deus Criador.
L’Arbresle, 1973-1974.