"De tudo o que empreendeu para curar-se de si mesmo, desenvolveu uma doença mais estranha: sua 'civilização' não é mais do que o esforço para encontrar remédios para um estado incurável - e desejado. [...] Desde Adão, todo o esforço dos homens tem sido por modificar o homem. [...] À exceção dos céticos antigos e dos moralistas franceses, seria difícil citar um só espírito cujas teorias, secreta ou implicitamente, não tendam a moldar o homem. Mas este subsiste inalterado, embora tenha seguido o desfile de nobres preceitos, propostas à sua curiosidade, oferecidos ao seu ardor e ao seu deslumbramento. Enquanto que todos os seres têm seu lugar na natureza, ele continua sendo uma criatura metafisicamente divagante, perdida na Vida, insólita na Criação. Ninguém encontrou propósito válido para a história; mas todo mundo propôs algum; e há um pulular de fins tão divergentes e fantasiosos que a ideia de finalidade se anulou e se desvanece como irrisório artigo do espírito."
Emil Cioran.
"É inacreditável a tolice e a perversidade do público que deixa de ler os espíritos mais nobres e mais raros de cada gênero, de todos os tempos e lugares, para ler as besteiras escritas por cabeças banais que aparecem diariamente, que se espalham a cada ano em grande quantidade, como moscas. E isso apenas porque foram publicadas hoje e sua tinta ainda está fresca. Na verdade, esses produtos deveriam ser abandonados e desprezados já no dia de seu nascimento, como serão após poucos anos, e então para sempre, reduzindo-se a um mero assunto para que se ria dos tempos passados e de suas balelas."
Arthur Schopenhauer.
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