Poema “Liberdade”, de Fernando Pessoa, escrito já no final da vida, 1935, e enviado em discreta carta anónima, à revista "Seara Nova", para publicação. Nessa altura, Fernando Pessoa já tirara a máscara dos seus heterónimos, passando a ser ele mesmo…, e, com grande mágoa, escreve em seu próprio nome, o poema “Liberdade”, como resposta sarcástica ao discurso, em que Salazar insinuara que os intelectuais são preguiçosos e que os livros que têm nas bibliotecas são de duvidoso valor… Ao logo de 1933-1934 do Estado Novo, o poeta apercebeu-se do cerco cada vez mais apertado à liberdade, cultura e criatividade literária. Os alvos dos seus poemas, no último ano de vida (1935), foram Salazar e o Estado Novo. Em “Pessoa, uma biografia” de Richard Zenith LIBERDADE Ai que prazer Não cumprir um dever, Ter um livro para ler E não o fazer! Ler é maçada, Estudar é nada. O sol doira Sem literatura. O rio corre, bem ou mal, Sem edição original. E a brisa, essa, De tão naturalmente matinal, Co