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Mostrando postagens de novembro, 2021

Ruína

  Um monge descabelado me disse no caminho: “Eu queria construir uma ruína. Embora eu saiba que ruína é uma desconstrução. Minha ideia era de fazer alguma coisa ao jeito de tapera. Alguma coisa que servisse para abrigar o abandono, como as taperas abrigam. Porque o abandono pode não ser apenas um homem debaixo da ponte, mas pode ser também de um gato no beco ou de uma criança presa num cubículo. O abandono pode ser também de uma expressão que tenha entrado para o arcaico ou mesmo de uma palavra. Uma palavra que esteja sem ninguém dentro. (O olho do monge estava perto de ser um canto.) Continuou: digamos que a palavra AMOR. A palavra amor está quase vazia. Não tem gente dentro dela. Queria construir uma ruína para a palavra amor. Talvez ela renascesse das ruínas, como o lírio pode nascer de um monturo”. E o monge se calou descabelado.   Manoel de Barros
  Deus não se apresenta aos nossos seres finitos como uma coisa completamente acabada que vamos abraçar. Deus é antes, para nós, o eterno descobrimento e o eterno crescimento. quanto mais julgamos compreendê-lo, mais Ele se mostra diferente do que julgávamos. quanto mais julgamos tê-lo agarrado, mais Ele recua, atraindo-nos para as profundezas de Si próprio. quanto mais nos aproximamos dele, por todos os esforços da natureza e da graça, mais Ele aumenta com o mesmo movimento, a sua atração sobre as nossas potências, e a receptividade das nossas potências a essa divina atração. Teilhard Chardin

O eu interior

A ESCOLHA ENTRE DUAS IDENTIDADES:   a máscara exterior que parece real e vive de uma vaga autonomia durante o breve momento de nossa existência terrestre, e a pessoa oculta, interior, que nos parece nada ser mas que, na verdade, pode se entregar eternamente à verdade em que subsiste. É esse eu interior que é assumido no mistério de Cristo, por seu amor, pelo Espírito Santo, de maneira que, em segredo, vivemos "em Cristo".   Novas Sementes de Contemplação (Vozes, 2017), pág. 266  
  A solução dos problemas humanos terá que contar com a literatura, a musica, a pintura, enfim com as artes. O homem necessita de beleza como necessita de pão e de liberdade. As artes existirão enquanto o homem existir sobre a face da terra. A literatura sera sempre uma arma do homem em sua caminhada pela terra, em sua busca de felicidade. Jorge Amado
  São Paulo escreve: Não há distinção entre as pessoas, pois todos têm o mesmo Senhor, que é generoso com todos os que o invocam. (Rom 10,11-13)

Núcleo Lux Mundi

 

Se não vejo na criança uma criança

  “Se não vejo na criança uma criança, é porque alguém a violentou antes, e o que vejo é o que sobrou de tudo que lhe foi tirado. Essa que vejo na rua sem pai, sem mãe, sem casa, cama e comida, essa que vive a solidão das noites sem gente por perto, é um grito, é um espanto. Diante dela, o mundo deveria parar para começar um novo encontro, porque a criança é o princípio sem fim e o seu fim é o fim de todos nós.” Bentinho.

Onde está essa infância que nos contém?

  Onde está essa infância que nos contém? Está sem dúvida mais próxima do que imagina- mos, segundo diz a Doutora Maria Montessori: «Há pessoas que não veem o valor da infância para a humanidade a não ser no fato de a criança mais tarde vir a tornar-se num adulto. […] Ora a criança é uma entidade humana importante em si mesma. A infância não é somente uma passagem necessária para a idade adulta. A criança e o adulto são duas faces distintas da humanidade que se devem inter   pretar e que devem agir em harmonia, ajudando-se mutuamente.» Duas faces duma mesma humanidade.

Estamos, Senhor, "esperando" com amor (resposta à Palavra)

 

ORAÇÃO

  São Tiago escreve: Feliz o homem que resiste à tentação, porque, depois de ter sido provado, receberá a coroa da vida que o Senhor prometeu aos que o amam. (Tgo 1,12-18) . 6ª-f., 26 de Novembro

"Ao entardecer da vida serás examinado no amor" São João da Cruz

  "A mosca que pousa no mel não pode voar; a alma que fica presa ao sabor do prazer, sente-se impedida na sua liberdade e contemplação." "O mais leve movimento duma alma animada de puro amor é mais proveitoso à Igreja do que todas as demais obras reunidas." "Renuncie aos desejos e encontrará o que o seu coração deseja."
"  Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta." Nelson Mandela
  Intenção Universal do Papa para o mês de novembro de 2021: As pessoas que sofrem de depressão Rezemos para que as pessoas que sofrem de depressão ou de stress encontrem nos outros um apoio e uma luz que as abra à vida. Salvo melhor, juízo, podemos lincar com a proposta de redação do ENEM - 2020, ano passado. Senão, vejamos:

O Advento convida-nos a um compromisso de vigilância, olhando para fora de nós mesmos, [...] - Papa Fco

  Vigiar   e   rezar:   eis como viver este tempo, a partir de hoje até ao Natal. Vigiar e rezar! O sono interior nasce do girar sempre em volta de nós mesmos e do permanecer sitiados no fechamento da própria vida, com os seus problemas, as suas alegrias e as suas dores, mas girar sempre ao nosso redor. E isto é cansativo, aborrece, fecha à esperança. Encontra-se aqui a raiz do torpor e da indolência dos quais o Evangelho fala. O Advento convida-nos a um compromisso de vigilância, olhando para fora de nós mesmos, ampliando a mente e o coração, para nos abrirmos às necessidades das pessoas, dos irmãos, ao desejo de um mundo novo. É o desejo de muitos povos martirizados pela fome, pela injustiça e pela guerra; é o desejo dos pobres, dos frágeis, dos abandonados. Este tempo é oportuno para abrirmos o nosso coração, para fazermos perguntas concretas sobre como e por quem despendemos a nossa vida.

À descoberta do Evangelho de Lucas

 Estamos para iniciar o Ano C, ano do Evangelho de São Lucas. Com o objetivo de ativar informações que vc já sabe, convido o(a)  distinto(a) cristão(ã) a acessar este conteúdo: ACESSAR No mais, boa leitura e excelente crescimento espiritual.

Papa Francisco

  «Ainda hoje, muitos procuram a segurança religiosa em vez do Deus vivo e verdadeiro, concentrando-se em rituais e preceitos em vez de abraçar o Deus de amor com todos». Em catequese a partir da Carta aos Gálatas, Francisco chama à atenção para o perigo dos  novos fundamentalismos  que têm medo do caminho, têm medo de  andar para a frente  e preferem voltar para o passado onde se sentem mais seguros. Buscam a segurança de Deus e não o Deus da segurança.  Tantas vezes sentimo-nos desenraizados. Basta ouvir a expressão  "No meu tempo…"  Não! Este é o tempo de amar! É o tempo de sair! É o tempo de, repletos de Deus, ir ao encontro dos outros. Caminhamos rapidamente para o Natal e  este é o tempo  de um Deus que vem ao nosso encontro.

À descoberta do Evangelho de São Lucas

  LUCAS, o caríssimo médico (Cl 4,14), discípulo de Paulo, um cristão da segunda geração (70-100),  não foi testemunha ocular de Jesus (cf. Lc 1,1-4). O evangelista, em apreço, usa recursos literários e estilísticos semitas e helenistas, domina as técnicas da vivacidade literária e as principais figuras de estilo e de organização literária. Vale salientar  o fato de Lucas adequar a linguagem à matéria narrada ou a cada um dos personagens, conforme a sua maior ou menor instrução. Tudo isto confere diversidade e plasticidade à narrativa. LUCAS pensa já na Igreja, cujos membros se sentem interpelados a acolher a mensagem salvífica na alegria e na conversão do coração. Evangelho da misericórdia, da alegria, da solidariedade e da oração. A salvação evangélica transforma a vida das pessoas, com reflexos no seu interior, nos seus comportamentos sociais e no uso que fazem dos bens terrenos. Evangelho encontra-se mais próximo da mentalidade do homem moderno: pela sua clareza, pelo cuidado nas e

[SÍNODO 2023] uma Igreja Sinodal: Comunhão, Participação e Missão.

 

Hino da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe

 

O medo de aderir à verdade do coração

 
O tempo acaba o ano, o mês e a hora O tempo acaba o ano, o mês e a hora, A força, a arte, a manha, a fortaleza; O tempo acaba a fama e a riqueza, O tempo o mesmo tempo de si chora; O tempo busca e acaba o onde mora Qualquer ingratidão, qualquer dureza; Mas não pode acabar minha tristeza, Enquanto não quiserdes vós, Senhora. O tempo o claro dia torna escuro E o mais ledo prazer em choro triste; O tempo, a tempestade em grão bonança. Mas de abrandar o tempo estou seguro O peito de diamante, onde consiste A pena e o prazer desta esperança. Luís de Camões

Camões, Mudam-se os tempos, Mudam-se as vontades

  Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança; Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem, se algum houve, as saudades. O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E enfim converte em choro o doce canto. E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía. Luís Vaz de Camões

A ilusão da perfeição

  Virtudes (…) são traços humanos e nossa humanidade a tudo marca, em tudo está presente. E onde estamos está nossa ambivalência, nossa incompletude, nossa escuta interminável de nós mesmos e, tantas vezes, nosso desejo de uma identidade mais plena, que nos livre dessa abertura que nos constitui e com a qual temos que nos haver. Ora, nosso esforço em direção a uma virtude – seja a bondade, a generosidade, a humildade ou outras ainda – pode despertar o sempre possível orgulho em nós e nos levar a uma traiçoeira convivência com nossas virtudes. Imaginando-nos na posse absoluta de um bem – por exemplo, sempre generosos – acabaremos derrubados mesmo aí onde nos sentíamos completamente em casa. Não é dada à condição humana nenhuma espécie de perfeição, somos sempre alguma mistura em andamento, a propósito da qual cabe esperar que o melhor prevaleça, ainda que não sempre. A pretensão de rejeitar inteiramente o mal, desconhecendo quem somos, desencadeará, como a história de todos nós e mesmo

Giorgio Agamben

  „Pertence verdadeiramente ao seu tempo, é verdadeiramente contemporâneo, aquele que não coincide perfeitamente com este, nem está adequado às suas pretensões e é, portanto, nesse sentido, inatual; mas, exatamente por isso, exatamente através desse deslocamento e desse anacronismo, ele é capaz, mais do que os outros, de perceber e apreender seu tempo.“ "O capitalismo é uma religião, e a mais feroz, implacável e irracional religião que jamais existiu, porque não conhece nem redenção nem trégua. Ela celebra um culto ininterrupto cuja liturgia é o trabalho e cujo objeto é o dinheiro". Giorgio Agamben, em entrevista a Peppe Salvà e publicada por Ragusa News, 16-08-2012 “A ética moderna, desde Kant, se constitui como uma ética do dever, dominada pelo imperativo. Tentei criticar a ética do dever e substituí-la por uma doutrina, procedente do mundo clássico, que valorize a ideia de felicidade, a vida boa. Em um sentido político. O dever é uma ideia de origem cristã. O homem

O UNIVERSO NÃO É MEU: SOU EU. Fernando Pessoa

  A renúncia é a libertação. Não querer é poder. Que me pode dar a China que a minha a minha alma não me tenha dado? E, se minha alma não pode dar, como dará a China, se é com a minha alma que verei a China, se a vir? Poderei buscar riquezas ao Oriente, mas não riqueza de alma, porque a riqueza de minha alma sou eu, e eu estou onde estou, sem Oriente ou com ele. Compreendo que viaje quem é incapaz de sentir. Por isso são tão pobres sempre como livros de experiência os livros de viagens, valendo somente pela imaginação de quem os escreve. E se quem os escreve tem imaginação, tanto nos pode encantar com a descrição minuciosa, fotográfica a estandartes, de paisagens que imaginou, como com a descrição, forçosamente menos minuciosa, das paisagens que supôs ver. Somos todos míopes, exceto para dentro. Só o sonho vê com o olhar. No fundo, há na nossa experiência da terra duas coisas só – o universal e o particular. Descrever o universal é descrever o que é comum a toda a alma humana e a toda

O TRIUNFO DA RAZÃO por Baruch Spinoza

  […] para forjar o ferro é necessário um martelo e, para ter um martelo, é necessário fabricá-lo, para o que são necessários outro martelo e outros instrumentos, os quais, por sua vez, para que os possuíssemos, exigiriam ainda outros instrumentos, e assim ao infinito […] do mesmo modo que os homens, de início, conseguiram, ainda que dificultosa e imperfeitamente, fabricar, com instrumentos naturais, certas coisas muito fáceis e, feitas estas, fabricaram outras coisas mais difíceis já com menos trabalho e maior perfeição e assim, progressivamente, das obras mais simples aos instrumentos, e dos instrumentos a outras obras e outros instrumentos, chegaram a fabricar com pouco trabalho coisas tão difíceis; assim também a razão pela sua força natural fabrica para si instrumentos intelectuais com os quais ganha outras forças para outras obras intelectuais e com estas cria outros instrumentos ou capacidades para continuar investigando; e assim, progressivamente, avança até atingir o cume da s
  "Princípios não morrem; os partidos que o esquecem expiram no lodo e na ignomínia." Machado de Assis

Grito da mãe Terra...

  Os bispos da Amazônia divulgaram nesta sexta-feira  (5/NOV) um vídeo com um   apelo   aos líderes mundiais presentes na   26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) , para que ouçam " o grito da mãe Terra e dos pobres que sofrem com os efeitos das mudanças climáticas ".   No vídeo, os bispos pedem “compromissos urgentes e audaciosos” para combater as mudanças climáticas e proteger a Amazônia e que “ pressionem o governo brasileiro que se comprometa efetivamente com a defesa dos povos originários, das florestas e das águas ”.    

Solenidade de Todos os Santos

  O Papa João Paulo II escreveu na Carta Apostólica  Novo Millennio Ineunte  (2001), n.º 31, que perguntar a um catecúmeno se ele quer receber o batismo é o mesmo que perguntar-lhe se ele quer ser santo, e fazer-lhe esta última pergunta é colocá-lo no caminho do Sermão da Montanha. E logo a seguir, na mesma Carta e no mesmo número, João Paulo II define a santidade como a «”medida alta” da vida cristã ordinária» . É, portanto, imperioso que o cristão aprenda a ganhar altura, não para se separar dos caminhos lamacentos do quotidiano, mas para os encher de um amor maior.
    Dar a vida toda ou entreter-se com os adereços Ao ver uma viúva deitar duas moedinhas no tesouro do Templo, Jesus disse: «Em verdade vos digo que esta viúva pobre deitou no tesouro mais do que todos os outros; porque todos deitaram do que lhes sobrava, mas ela, da sua penúria, deitou tudo quanto possuía, todo o seu sustento.»

Todos somos parte do povo de Deus

 

Intenção do Papa para o mês de novembro 2021

  Este mês, o Papa Francisco expressa proximidade a todas as pessoas que se sentem sobrecarregadas no dia a dia, especialmente as que sofrem de  stress  e depressão, e pede que rezemos por elas, para que recebam o acompanhamento necessário. Este pedido surge no contexto da intenção de oração que Francisco confia, este mês, a toda a Igreja Católica, através da sua  Rede Mundial de Oração .   Na edição de novembro de  O  Vídeo do Papa , o Santo Padre refere-se às pessoas que em todo o mundo vivem períodos de forte esgotamento mental, emocional e afetivo (em várias formas e graus) e sustenta que é importante que elas recebam o apoio adequado, a nossa oração e que não se esqueçam da proximidade de Jesus.   Esta edição de O Vídeo do Papa contou com o apoio da  Association Of Catholic Mental Health Ministers  (Associação de Ministros Católicos de Saúde Mental), associação que dá apoio espiritual a pessoas com doenças mentais e incentiva ações de prevenção de qualquer tipo de discriminação qu